Regional

Governo gaúcho busca mais oportunidades na Argentina

Desde a última quarta-feira, 26, uma comitiva liderada pelo governador Eduardo Leite está na Argentina focada em fortalecer os laços comerciais e institucionais com o país vizinho. Ao lado de secretários estaduais, representantes da Assembleia Legislativa e de entidades empresariais, Leite participa de compromissos com líderes políticos, empresários e investidores.

A intenção do governador é reduzir o saldo negativo na balança comercial Rio Grande do Sul/Argentina. No último ano, o Estado comprou US$ 2,7 bilhões e vendeu US$ 1,3 bilhão para as empresas do país vizinho. Quando avaliados os números de todos os estados brasileiros, o resultado passa a ser positivo. Principais parceiros comerciais do Brasil, os vizinhos compraram US$ 15,3 bilhões e nos venderam US$ 13 bilhões.

“É muito importante que possamos estreitar essa relação, principalmente no que diz respeito ao agronegócio, a projetos na nossa faixa de fronteira, como o gasoduto Vaca Muerta, e ao turismo”, destaca o governador Eduardo Leite.

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Santa Cruz tem tradição em venda

A investida do Estado para ampliar relações comerciais com a Argentina é vista com bons olhos pelo presidente da Associação Comercial e Industrial (ACI) de Santa Cruz do Sul, César Cechinato. “Mesmo com os problemas que o vizinho vem enfrentando, é o terceiro destino das exportações brasileiras. Com o diferencial de que nossa pauta de exportações para a Argentina tem significativa participação de produtos industrializados, que têm valor agregado, diferente dos outros destinos, para onde quase toda a pauta são as commodities”, enfatiza.

Além disso, Cechinato reforça a tradição que Santa Cruz tem em negociar com empresários argentinos, em especial, dos ramos de material de utilidades domésticas e tabaco. “São relações comerciais que, normalmente, eram realizadas até sem cartas de crédito, devido às parcerias e qualidade dos clientes, quando em épocas melhores do país vizinho”, acrescenta.

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Um complicador, ressalta Cechinato, é o sistema financeiro argentino, que dificulta o pagamento dos produtos adquiridos. O Banco Central do país vizinho teria estabelecido prazo mínimo de 180 dias para a quitação. Iniciar uma negociação, agora, também é entendido como investimento de risco pelos problemas econômicos vividos por lá.

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Objetivo é ampliar negócios

A economista Cíntia Agostini explica que ampliar os negócios com a Argentina é fomentar o desenvolvimento da indústria nacional, haja vista que os produtos exportados para os vizinhos são, basicamente, manufaturados e industrializados. Em outros locais são as commodities que lideram.

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Há outro fator positivo que é a integração econômica possibilitada pelo Mercosul, em que cada país negocia o que tem de melhor, como as vantagens comparativas. “Essas vantagens são aquilo em que, naturalmente, somos bons. Quando uso da melhor forma, criamos vantagem competitiva e essa é uma grande questão”, diz.

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“Precisamos de alguns produtos argentinos, como o gás, e temos vantagem de vender produto industrializado”, reforça. Existe ainda o fator geográfico. O Rio Grande do Sul é vizinho e pode se aproveitar de tarifas zeradas em muitos produtos e muito baixas em outros. “Às vezes, é melhor vender para eles do que internamente ou para outros países”, avalia.

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Sobre a função da comitiva gaúcha, Cíntia entende que o governador vai para lá olhando para empresas gaúchas que vendem à Argentina e com o propósito de atrair parceiros fortes. “Não é para atrair empresas de lá. É fazer mais negócios com eles: comprar o que eles têm de melhor e vender o que temos de melhor”, explica.

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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