O ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, afirmou nesta segunda-feira, 31, que a condição estabelecida pelo governo brasileiro para o Brasil sediar a Copa América deste ano é de os jogos acontecerem sem torcedores nos estádios e que todos os integrantes das delegações serem vacinados. Em entrevista no Palácio do Planalto, Ramos não deu como certo que o País vai receber a competição.
“Caso se realize (a Copa América no Brasil), ele não terá público. No momento são dez times. Já foi acordado com a CBF em reunião por videoconferência de no máximo 65 pessoas por delegação. Todos vacinados. Foi a condição que nós tratamos com a CBF”, disse o ministro.
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De acordo com Ramos, apesar de a própria Conmebol, entidade responsável pelo torneio de seleções, ter anunciado o Brasil como sede, isso ainda não está definido. “Não tem nada certo, quero pontuar de uma forma bem clara, estamos no meio do processo, mas não vamos nos furtar a uma demanda caso seja possível de atender”, disse o ministro da Casa Civil.
A transferência do evento para o País foi anunciada após Colômbia e Argentina desistirem. O Brasil foi escolhido com o argumento de possuir estádios em boas condições de uso, apesar de alguns estarem ociosos após a Copa do Mundo de 2014. A CBF se ofereceu.
O anúncio gerou críticas por acontecer em meio a pandemia de Covid-19. Ao longo do dia, governadores passaram a rejeitar a possibilidade de receber jogos do torneio em seus Estados. Rio Grande do Sul, Pernambuco e Rio Grande do Norte já alegaram não ter condições de receber um evento desse porte em meio à pandemia do coronavírus.
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O ministro da Casa Civil respondeu às críticas: “Por que o Brasil vai sediar a Copa América durante uma pandemia? Senhores, primeiro que foi uma demanda que foi realizada via CBF para a Conmebol. Outra coisa, estamos em plena pandemia, uma situação difícil, só que o campeonato brasileiro, ele envolve 20 times na Série A e 20 times na Série B. Ou seja, estão ocorrendo jogos em todo o Brasil”, disse o general.
O vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apresentou um requerimento para que o colegiado convoque o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo, para explicar sobre a realização do evento. A iniciativa é apoiada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, que afirmou ao Estadão que vai se esforçar para que ela seja aprovada.
A Argentina abriu mão do torneio depois de a Conmebol não aceitar as exigências feitas pelas autoridades sanitárias, que inclusive eram muito parecidas com as feitas pelo Brasil. Entre as reivindicações do governo argentino estava a redução do número de integrantes das delegações. As dez seleções participantes do torneio levariam entre 1 mil e 1,2 pessoas ao País. Também foi pedido que as delegações vacinassem seus membros com ao menos uma dose, além da adoção de rígidos protocolos em meio a um aumento de casos de Covid-19 no País.
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O paraguaio Alejandro Domínguez agradeceu ao Brasil por se colocar à disposição para ser a sede da Copa América após desistências de Colômbia e Argentina, por causa de problemas internos e da pandemia da Covid-19, respectivamente. O presidente da Conmebol revelou que o governo do País deu garantias para a organização do evento.
“O presidente (Rogério) Caboclo conversou com o presidente Jair Bolsonaro, que apoiou a iniciativa de imediato, com o aval dos Ministérios da Casa Civil, da Saúde, das Relações Exteriores e da Secretaria Nacional do Esporte”, afirmou Alejandro Domínguez.
O dirigente da Conmebol foi além: “O governo brasileiro demonstrou agilidade e capacidade de decisão em um momento fundamental para o futebol sul-americano”, acrescentando que “o Brasil vive um momento de estabilidade.”
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“O Brasil tem comprovada infraestrutura e experiência acumulada recentemente para organização a competição”, enfatizou Domínguez, lembrando da Copa do Mundo de 2014, dos Jogos Olímpicos de 2016 e também da final da Libertadores, em janeiro.
Agora, os dirigentes definem quais estádios serão sede dos jogos Neo Química Arena, Allianz Parque, Maracanã, Beira-Rio, Mineirão e Mané Garrincha estão contados. A ideia e evitar muito deslocamento com as delegações. Brasília deve ser sede de abertura, assim como Arena Pernambuco e Arena das Dunas, em Natal, podem receber jogos. A final seria no Maracanã. A Arena da Amazônia deve ser descartada pela distância.
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