Um programa de cooperação no enfrentamento às infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) foi lançado na manhã desta segunda-feira, 10, no Palácio Piratini, pelo governo do Estado e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O projeto Tecnologias Sociais Inovadoras de Educação e Saúde para a Prevenção de IST/aids em jovens no Rio Grande do Sul tem como foco a prevenção.
O ato de apresentação da parceria contou com a presença do governador Eduardo leite, que destacou a importância da Unesco na construção de abordagens mais efetivas. No discurso, Leite defendeu que somente políticas públicas baseadas em evidências científicas podem atacar o problema da aids no Estado. “Nós queremos que as pessoas se protejam. Queremos que o Rio Grande do Sul não esteja mais no topo da lista de casos de HIV no Brasil. Portanto, isso deve ser feito com modernas técnicas de abordagem. Precisamos de formação de consciências. Está na consciência o dizer não aos comportamentos de risco”, disse o governador.
O Estado tem um dos maiores índices infecção pelo HIV no país. A taxa de detecção de infectados no Rio Grande do Sul é de 27 pessoas para cada 100 mil habitantes, enquanto que a nacional é de 18.
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Durante os quatro anos do programa, consultores especializados da Unesco prestarão auxílio às prefeituras e às secretarias municipais e estaduais no desenvolvimento de tecnologias sociais inovadoras de educação e prevenção ao HIV, além de estratégias de comunicação para incentivar comportamentos mais seguros com relação à sexualidade.
As iniciativas contarão com um investimento de R$ 1,1 milhão a cada ano, valor já garantido por meio do Incentivo às Ações de Vigilância, Prevenção e Controle das DST/aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. De acordo com a diretora e representante da Unesco no Brasil, Marlova Noleto, o projeto deve atender a cerca de 1 milhão de jovens e adolescentes gaúchos.
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“Vamos entregar ações diferentes e inovadoras. A melhor solução é a prevenção e a educação. E o acesso à informação é a única coisa capaz de deter a continuidade e a progressão dessas doenças”, explicou Marlova.
O programa terá três linhas de atuação: comunicação; intervenção; e monitoramento e avaliação. A primeira será destinada à produção de materiais voltados a escolas, profissionais de saúde e população jovem. Serão levadas às escolas intervenções teatrais e contêineres interativos que abordem temas como uso de preservativo, gestação na adolescência e uso de álcool ou drogas. Por fim, a linha de monitoramento e avaliação será utilizada na elaboração de metas, indicadores, avaliações e pesquisas sobre o tema.
O projeto contemplará todo o Estado, mas a prioridade serão os 21 municípios que concentram 78% dos casos de aids no Rio Grande do Sul – veja quais são abaixo. Entre eles estão os 18 pertencentes ao Programa RS Seguro, que tem como foco as cidades gaúchas que apresentam os maiores índices de criminalidade. Um dos eixos desse programa é justamente as políticas sociais de prevenção em locais de alta vulnerabilidade social, tendo como prioridade o oferecimento de alternativas e oportunidades aos jovens.
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A secretária da Saúde, Arita Bergmann, destacou que o projeto visa a uma parceria ampla com os municípios e enfatizou a importância de políticas públicas que busquem um diálogo mais próximo com os jovens. “Estamos aqui para dizer sim a uma nova estratégia, usando metodologias que cheguem aos adolescentes. Esse modelo é um novo jeito de fazer prevenção na área da saúde. Os jovens serão protagonistas”, disse Arita.
Municípios prioritários no projeto (que concentram 78% dos casos de aids no estado):
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- Alegrete
- Alvorada
- Cachoeirinha
- Canoas
- Capão da Canoa
- Caxias do Sul
- Esteio
- Gravataí
- Guaíba
- Novo Hamburgo
- Passo Fundo
- Pelotas
- Porto Alegre
- Rio Grande
- Santa Maria
- Santana do Livramento
- São Leopoldo
- Sapucaia do Sul
- Tramandaí
- Uruguaiana
- Viamão
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