Uma medida provisória do Governo Federal vai renegociar a dívida dos clubes de futebol com a União em 20 anos. Ministros e líderes da base aliada se reuniram nesta terça-feira, 17, na Casa Civil. No encontro, eles aprovaram o texto. O anúncio oficial aconteceu à tarde. As dívidas chegam a R$ 4 bilhões, somadas entre os clubes. Apesar de um projeto no mesmo sentido estar na pauta de votações da Câmara, a medida provisória agiliza o processo de renegociação de dívida dos clubes. Depois de editado, o texto segue para o Congresso, que poderá alterá-lo.
O anúncio seria feito nesta manhã pelo ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais) na Câmara. Mais de uma hora depois, os deputados foram avisados de que ele não viria. Quem apareceu foi o ministro do Esporte, George Hilton, que informou que o texto só seria apresentado à tarde. O governo defendia que a dívida dos clubes fosse parcelada em até 180 meses uma entrada de 10% sobre a dívida de cada um. Dados extraoficiais utilizados pelo Planalto indicam passivo de R$ 4 bilhões, a maior parte com o INSS e o FGTS.
O atraso irritou alguns deputados. “Ministro, o senhor não falou nada”, disse Rodrigo Maia (DEM-RJ), que se levantou e deixou a reunião contrariado. “Nós todos estamos aborrecidos”, afirmou Jovair Arantes (PTB-GO). O deputado Orlando Silva (PC do B-SP), ex-ministro do Esporte no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, tentou amenizar o clima, afirmando que Hilton é um aliado, mas criticou o atraso na apresentação da proposta. “O acordo é que até o Carnaval nós iríamos conhecer uma proposta”, afirmou. Os deputados também reclamaram de saber das propostas do governo apenas pela imprensa.
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A agremiação que aderir ao Refis (programa de refinanciamento) e não honrar as parcelas do programa, ou contrair novas dívidas junto ao poder público, pode ser até rebaixada de série. Na visão do governo, somente uma penalidade dessa natureza é capaz de fazer com que clubes entrem na linha. Representante dos clubes na discussão, o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Melo, evitou entrar na polêmica entre governo e parlamentares, e disse que o importante é se conseguir um projeto que beneficie o futebol brasileiro.