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Golpista se passa por advogado e some com joias; prejuízo é de R$ 5 mil

Câmeras flagraram engravatado que lesou loja de celulares em outra cidade: aparência bate com a do homem que agiu em Santa Cruz

Por meio de uma videochamada feita de dentro da sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Santa Cruz do Sul, um homem de terno e gravata negocia, com um conhecido joalheiro da cidade, a compra de um anel e uma gargantilha para sua filha. O comerciante envia algumas fotos das joias e questiona o comprador sobre como seria a forma de pagamento e se gostaria de colocar CPF na nota.

O homem de terno responde que vai pagar no cartão de crédito, mas não irá até a joalheria, pois estaria “trabalhando muito, realizando videoconferências”. Para facilitar, o vendedor então sugere levar até ele os produtos, com a condição de que fosse em algum local mais central, a fim de evitar possíveis ações criminosas – até porque desconhece o novo “cliente”.

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O suposto advogado sugere então um endereço bem conhecido: Rua Ernesto Alves, 626. Trata-se da sede da OAB de Santa Cruz do Sul. Nesse momento, todas as desconfianças do comerciante foram dissipadas, afinal, o encontro para a entrega seria em um local totalmente insuspeito. O que o joalheiro não sabia era que o terreno para o crime havia sido muito bem planejado pelo falso advogado.

O homem que agiu na cidade teria 53 anos e é conhecido nos meios policiais por atuar no Paraná

O caso aconteceu na tarde chuvosa da última sexta-feira, 17, em Santa Cruz do Sul. Às 16h30, o vendedor entrou na sede da OAB. Após verificar a presença de uma secretária, visualizou o estelionatário, que se apresentou como César e indicou uma sala reservada, onde poderiam fazer a negociação sem serem interrompidos.

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Já no segundo piso do prédio da OAB, seguro de que não sofreria um ato criminoso, o comerciante apresentou duas pequenas caixas de joias ao suposto advogado, contendo dois anéis e uma gargantilha com pingente, avaliados em R$ 5 mil. O estelionatário analisou os produtos. Disse que precisava mostrar à esposa e saiu da sala, com o consentimento do vendedor, prometendo retornar logo.

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Passado um bom tempo, o joalheiro começou a desconfiar e resolveu descer até a recepção da OAB. Procurou o tal César, mas não o encontrou. Perguntou à secretária, que disse ter visto aquele homem pela primeira vez, e que ele havia dito a ela que pegaria uma coisa no carro. “Ali eu percebi que havia caído em um golpe e não tinha praticamente nada, além de saber a fisionomia da pessoa – e ainda com máscara. É um sentimento de impotência, enganação. Apenas, agradeço a Deus por não ter sido ferido”, afirmou a vítima, em depoimento ao Setor de Inteligência do 23º Batalhão de Polícia Militar (23º BPM).

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De acordo com o relato do joalheiro aos policiais, ele perguntou por gravações de câmeras, mas descobriu que nada fica gravado. Questionou ainda sobre como os advogados se identificam ao entrar, e a secretária teria lhe dito que não precisariam apresentar documento para ocupar os espaços de salas da sede da OAB no município.

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O fato de não haver câmeras no local é confirmado pela presidente da OAB em Santa Cruz, Rosemarí Hofmeister. Em entrevista à Gazeta do Sul na noite de quarta-feira, 22, ela disse que o protocolo na sede é apresentar a carteira da Ordem para entrar nas salas. Contudo, diante da conversa do estelionatário, a funcionária acabou não pedindo a comprovação.

“As salas são costumeiramente utilizadas por advogados conhecidos da cidade. A funcionária disse que ele chegou conversando como advogado, falando sobre processos e com ampla desenvoltura. Ela acabou esquecendo de solicitar os documentos. Ninguém imaginaria o desenrolar dessa situação”, afirmou a presidente da OAB, que pretende colaborar com a polícia para resolver o caso.

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