Foto: Divulgação
Um cenário de investigação desafiador e cercado de mistérios. É o que a polícia encontra no primeiro homicídio do ano registrado em Santa Cruz do Sul. Enio Lauschner, de 70 anos, morador de Travessa Bauermann, em Rio Pardinho, foi morto na madrugada dessa sexta-feira, 10. Ele havia saído para pescar por volta das 16 horas de quinta-feira, mas não retornou para casa.
Familiares chegaram a acionar o Corpo de Bombeiros e buscas foram realizadas. Por volta das 5h30 dessa sexta, o cadáver foi localizado no leito do rio. Brigada Militar, Polícia Civil e Instituto-Geral de Perícias (IGP) atenderam a ocorrência. O homicídio foi provocado principalmente por uma sequência de golpes de instrumento cortocontundente, que pode ser um machado, um facão ou mesmo uma enxada.
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Os cortes no corpo – alguns com cerca de cinco centímetros – podiam ser vistos na lateral do maxilar, no pescoço e na nuca. Havia perfurações no rosto e próximo de um braço, nas costas. Inicialmente, a polícia apontou que poderiam ser disparos de arma de fogo. Contudo, o IGP fará uma análise mais aprofundada para comprovar a situação.
Uma das hipóteses é que esses orifícios sejam indício de luta corporal, com alguma queda em lugar com pedras pontiagudas, ou mesmo ferimento de raspão. Em buscas pela área próxima de onde ocorreu o homicídio, não foram encontrados nenhum rastro de sangue ou itens de pescaria da vítima, ou mesmo um objeto ou arma que possa ter sido utilizado no crime. Também não havia fora da água sinais de que ali houvera uma luta corporal.
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Os peritos observaram que havia marcas de calçados na mata e até uma pegada de pé descalço; contudo, provavelmente seriam de pessoas que estavam nas buscas de Enio durante a madrugada.
Embora muitas questões ainda permaneçam em aberto, a polícia já averiguou o histórico da vítima. Em sua ficha não havia nenhum crime grave. Entretanto, ao longo dos últimos anos foram registradas pequenas desavenças com um mesmo vizinho. Calúnia, injúria, ameaça e lesão corporal foram alguns dos delitos que Enio tinha em sua ficha, na condição de vítima ou autor.
Entre as ocorrências que mais chamaram a atenção está uma registrada em 29 de outubro de 2023. Enio Lauschner estava em sua propriedade, na Travessa Bauermann, e uma mulher passou a acusá-lo de ter matado o gato dela, fato que ele negou e jamais foi comprovado. Porém, em depoimento, Enio apontou que já tinha uma desavença antiga com o marido daquela mulher.
Um fato mais grave aconteceu anos antes, em 13 de dezembro de 2018. Naquela tarde, ele levou um golpe de faca de seu vizinho (o mesmo citado na ocorrência de 2023), no abdômen. Os dois foram ouvidos pela polícia.
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O homem de 70 anos contou que estava em casa com a esposa quando seu vizinho passou a cavalo e os cachorros avançaram contra o animal. O morador das proximidades, então, teria ficado irritado, jogado o cavalo por cima dos cães e passado a xingar Enio e a esposa dele.
Ao tentar defender sua companheira, o homem de 70 anos foi atingido pelo golpe de faca e entrou em luta corporal com seu vizinho. Os dois foram separados por outros moradores da mesma localidade. Na sua versão, esse outro homem relatou que ao passar a cavalo, os cães realmente avançaram, mas Enio teria arremessado pedras contra ele, o que fez com que caísse.
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Foi quando, em luta para se defender, teria usado a faca e golpeado Enio Lauschner. O homicídio dessa sexta-feira está sendo investigado pela 1a Delegacia de Polícia (1ª DP). Por enquanto, ninguém foi preso. O velório de Lauschner ocorre neste sábado, na Capela Halmenschlager na Avenida Independência, de onde sairá às 10 horas de domingo para sepultamento no Cemitério Santo Antônio.
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