Somados, os prejuízos causados por uma imobiliária sem registro, alvo de investigações da Polícia Civil de Santa Cruz do Sul, podem chegar a mais de R$ 100 mil. A equipe da 1ª Delegacia de Polícia apura os crimes de estelionato e apropriação indébita majorada, supostamente cometidos pela dona da empresa. As denúncias tiveram início no começo do mês passado. No entanto, há situações que estariam ocorrendo desde maio de 2019.
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Responsável pelas investigações, a delegada Ana Luíza Aita Pippi, da 1ª DP, afirma que o número de denúncias contra a imobiliária cresceu depois que a situação foi divulgada em primeira mão pela Gazeta do Sul, no último dia 31. “Inicialmente tínhamos oito registros e, após a reportagem, outras 12 ocorrências foram feitas.”
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Para Ana, o prejuízo deve passar dos R$ 100 mil. “Estamos falando apenas dos casos registrados na delegacia. E ainda faremos uma somatória mais apurada, caso a caso, até porque existe a questão dos aluguéis e dos juros. É bastante dinheiro.” Além dos valores dos aluguéis, retidos pela imobiliária e não repassados aos proprietários dos imóveis, a polícia apura possíveis irregularidades, na ordem de R$ 90 mil, na compra de uma casa. Também há o caso de uma vítima que teria perdido R$ 32 mil, entregues como entrada para a compra de um apartamento.
A proprietária da empresa investigada já foi ouvida e deverá ser chamada novamente para mais esclarecimentos. Conforme a delegada, ela alegou que problemas de saúde a teriam impedido de efetuar os pagamentos. “Na verdade, esta doença ocorreu mais no final do ano, entre dezembro e janeiro. Então, queremos apurar o que aconteceu antes destes meses, pois há fatos que se passaram em maio.”
Por enquanto, a delegada mantém em sigilo o nome da imobiliária e da proprietária, para não atrapalhar as investigações. A suspeita não tem registro no Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci) e já foi atuada por conta disso.
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INVESTIGAÇÃO
Um inquérito policial foi instaurado e não há previsão de data para ser concluído. A investigação apurará os casos de forma individual, de acordo com as particularidades. “A suspeita deverá ser ouvida em cada uma das situações, porque, dependendo do caso, trata-se de estelionato ou de apropriação indébita majorada. Existiu crime, e estamos tentando buscar os motivos pelos quais a suspeita não honrou com seus compromissos,” destaca a delegada Ana.
Para as vítimas, a orientação é que os fatos sejam registrados tanto na esfera cível quanto na criminal. “As pessoas que se sentirem lesadas devem procurar a polícia, mais isto não as impede também de procurar a esfera civil para ações de cobrança”, explica a delegada. “A polícia trabalha como facilitadora na intermediação da negociação, mas a viabilização da cobrança somente poderá ser feita por meio de um advogado ou pelo próprio Juizado Especial Cível.”
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