Conhecida como “golpe do motoboy”, uma nova estratégia criminosa vem somando vítimas na região. Apenas na área de abrangência da 1ª Delegacia de Polícia de Santa Cruz do Sul, ao menos 20 registros já foram realizados desde outubro de 2019. Outras ocorrências são investigadas em Rio Pardo e Vera Cruz. Utilizando-se de ligações para telefones fixos, os golpistas se passam por operadores de cartões de crédito para captar informações pessoais, como números de documentos e senhas. Em alguns casos, os prejuízos das vítimas superam R$ 10 mil. Os envolvidos, que já foram identificados, são investigados por estelionato e organização criminosa.
Embora audaciosa, a dinâmica do golpe é relativamente simples e até irônica: os estelionatários (que se passam por atendentes da operadora de cartão) ligam para um número de telefone fixo e alegam que foram realizadas compras no nome das vítimas. A delegada responsável pela 1ª DP, Ana Luiza Aita Pippi, observa que no início do contato os criminosos já possuem dados básicos, como o nome da pessoa que pretendem lesar. “De certa forma os golpistas atraem as vítimas porque pegam no ponto que mais mexe com as pessoas: as dívidas”, considera a delegada.
Em seguida, aproveitando-se da fragilidade momentânea da vítima pela dívida anunciada, os criminosos fazem uma série de questionamentos para obter dados bancários. Como lance final, enviam um representante ou estagiário – em diversos casos de motocicleta, por isso o apelido dado ao golpe – para recolher o cartão de crédito que supostamente precisa ser destruído. Também existem relatos de indivíduos que utilizaram carro durante a ação. “Assim que pegam o cartão, eles saem do local e efetuam saques em lojas e estabelecimentos da cidade ou fora. Fazem empréstimos e compras em lojas. Muitas vezes, quando a vítima percebe o golpe, já é tarde”, afirma Ana Aita Pippi.
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A delegada alerta: “Nunca passe seus dados. Jamais passe a senha e muito menos entregue o seu cartão para alguém”. Ainda, segundo ela, as instituições bancárias não entram em contato por telefone pedindo dados dos clientes. “Se isto acontecer, desconfie que é golpe”, reforça. Ainda, de acordo com Ana Aita Pippi, os envolvidos vêm mais de uma vez por mês atuar na cidade. “Levantamos que eles têm parado em hotéis na cidade. Então, a gente pede que a rede hoteleira fique atenta e procure a Polícia Civil caso perceba alguma movimentação estranha de pessoas de fora”, orienta.
A Polícia Civil gaúcha atua no sentido de localizar os golpistas. Conforme a delegada, a organização criminosa é de fora do Estado e dois envolvidos foram presos recentemente em Passo Fundo, mas as identidades deles não foram divulgadas. Além disso, ao menos três pessoas já foram identificadas por aplicar o golpe em Santa Cruz do Sul. “Trabalhamos agora no sentido de pedir uma (prisão) preventiva para tentar impedir que eles continuem atuando na cidade”, sinaliza Ana Aita Pippi.
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