Tem chamado a atenção das autoridades policiais a quantidade de golpes praticados por criminosos na internet. Os registros de pessoas lesadas em redes sociais e aplicativos de mensagens aumentaram de forma considerável em todo o País, sobretudo após o início da pandemia. Dentre os modelos de delitos aplicados, um, em específico, está entre os mais registrados nas delegacias: a extorsão sexual, ou, como é popularmente conhecido, o “golpe dos nudes”.
Embora os alertas dos órgãos de segurança sejam recorrentes na mídia, o número de pessoas que vêm caindo em crimes de extorsão sexual via internet segue aumentando. A Delegacia de Polícia Civil de Sinimbu tem monitorado a situação no município. De acordo com o inspetor Marcelo Jackisch, a incidência de casos preocupa e os prejuízos são grandes.
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O crime envolve a troca de imagens íntimas entre homens e golpistas que se passam por jovens menores de idade, e que utilizam fotos encontradas na internet para repassar à vítima. Após adicionar ou seguir o “alvo” em redes sociais ou sites de relacionamento, os estelionatários propõem a troca de telefones e levam a conversa para um aplicativo de mensagens, como o WhatsApp.
Em determinado momento, um interlocutor entra em contato com o indivíduo dizendo que viu as mensagens e imagens e que, com essas provas, irá denunciá-lo como pedófilo. Para “resolver a questão” sem envolver uma exposição à família da vítima da fraude ou à polícia, os estelionatários exigem um depósito em dinheiro.
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Em dezembro foram cinco casos do tipo registrados na DP de Sinimbu, município que tem pouco mais de dez mil habitantes. Neste início de 2021, já foram quatro. No dia 4 de janeiro, dois homens, de 30 e 50 anos, depositaram R$ 30 mil e R$ 5 mil, respectivamente, nas contas dos golpistas. No último dia 19 houve novo depósito, feito por outra vítima, de 20 anos, no valor de R$ 12 mil.
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Número pode ser maior
Casos de Sinimbu registrados em fevereiro pela Delegacia Online ainda não chegaram à DP, o que pode fazer com que o número de vítimas seja maior. A probabilidade de mais pessoas terem caído no golpe aumenta também em virtude de muitas não registrarem o fato na delegacia. “É possível que existam mais vítimas na cidade, porém, nem todos nos procuram porque têm vergonha ou medo de exposição”, explica Marcelo.
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Os motivos de as vítimas realizarem o pagamento, de acordo com Jackisch, são as ameaças dos golpistas de divulgar fotos ou o caso à família da vítima. “Os perfis falsos são de moças atraentes, normalmente poucas fotos. Só tem amigos homens. Sem publicações. A conversa passa de forma rápida para o assunto sexo e para a troca de imagens. Só por isso já dá pra desconfiar. Fazem o depósito para evitar a responsabilização dos atos, a divulgação de imagens íntimas ou mesmo a infidelidade”, salientou o inspetor de polícia de Sinimbu.
Ele orienta que as pessoas desconfiem de perfis desconhecidos. Pede ainda para que as vítimas registrem os casos pelo site delegaciaonline.rs.gov.br e enviem todos os dados possíveis, como números de telefones usados, conta bancária do depósito e prints das conversas. “A investigação começa pelos dados fornecidos. Analisamos se há ligação entre os casos. Daí segue a busca aos estelionatários.”
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