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Golpe de funcionário fecha loja de assistência técnica em Santa Cruz

Um empreendedor santa-cruzense teve que fechar as portas de seu comércio após ser enganado por um funcionário e sofrer um prejuízo estimado em cerca de R$ 50 mil. O caso será investigado pela 1ª DP de Santa Cruz do Sul e pode envolver ainda mais vítimas em Santa Cruz e outros municípios, inclusive fora do Estado.

O início do ano tem sido um pesadelo para o dono de uma loja de assistência técnica de celulares que funcionava no Centro. Ele acabou surpreendido ao descobrir que seu funcionário lhe aplicara um grande golpe. A vítima escolheu não ser identificada nesta reportagem por orientação de sua advogada.

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Em dezembro passado, o empresário descobriu que a sua loja devia em torno de R$ 10 mil em aluguel. A vítima alega que o suspeito embolsava o dinheiro que recebia para pagar a conta da locação do imóvel onde o comércio funcionava, na Rua Venâncio Aires. Como era namorado da irmã do dono do estabelecimento, o acusado de estelionato pediu emprego para o seu cunhado na época. Logo depois, deixou a cidade de Santa Maria para gerenciar a loja em Santa Cruz do Sul.

Em março do ano passado, o golpista, cujo nome não pode ser divulgado – de acordo com a lei, em virtude de não se tratar de um condenado da justiça –, acabou terminando o relacionamento com a irmã da vítima. Antes disso, ele utilizou o nome da ex-namorada para conseguir um empréstimo junto ao Banco do Povo, em Santa Cruz do Sul, dinheiro que seria um suposto financiamento para o comércio onde trabalhava. Este seria apenas mais um golpe do qual ele é acusado.

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Acusado “limpou” apartamento antes de fugir
A santa-cruzense Rafaela Moser Landesvatter, de 30 anos, foi uma das vítimas do golpista. Ela teve seu celular Iphone levado da oficina da loja, que também foi saqueada pelo criminoso antes de sua fuga de Santa Cruz do Sul. Rafaela conta que no dia 6 de janeiro foi avisada sobre o furto do seu telefone. Quando tentou contato com o suspeito do crime, também foi bloqueada. Ela utilizava dois números, um apenas para o WhatsApp, e outro como linha telefônica. Seu número de WhatsApp acabou perdido, mas ela conseguiu recuperar a linha.

Em contato com a empresa fabricante do celular, foi informada de que o telefone estava bloqueado desde o dia 11 de dezembro. Com a empresa de telefonia celular, descobriu que seu número antigo do Whats fora adquirido por outro cliente, um morador de Porto Alegre. “Foi um incômodo muito grande. Fiquei três dias falando com o pessoal da Apple. Eu nem me importo muito com o aparelho, comprei ele usado e a bateria nem funcionava direito, mas me preocupei com as informações que tinham nele. Além das fotos, eram muitas senhas, aplicativo de banco, é com isso que a gente se preocupa”, explicou.

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Rafaela contou ainda que conhece o dono do apartamento que o golpista alugava, na Rua Julio de Castilhos. Antes de ir embora de Santa Cruz, o estelionatário furtou móveis do local onde morava, como colchão, mesa, chuveiro, e até botijão de gás. Segundo apurou em conversas pela internet, o número de pessoas enganadas pelo golpista é bastante grande, com vítimas inclusive de fora do Rio Grande do Sul.

O caso será investigado pela 1ª DP de Santa Cruz do Sul. A delegada Ana Luisa Aita Pippi explicou ontem que, devido ao registro de ocorrência ter sido feito de forma online, a situação ainda não chegou ao seu conhecimento, mas a investigação deverá começar em breve. Ela explica que todas as pessoas que foram lesadas devem fazer o registro na Delegacia de Polícia, ou de forma online, para que o caso possa ser apurado.

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Videogames
A vítima explica que, como possui outros negócios, não podia estar na loja o tempo todo. Por isso, delegou ao funcionário o pagamento do aluguel do imóvel, dinheiro que teria sido furtado. Quando percebeu o problema, no início do ano, ele chamou o funcionário para uma conversa.

O golpista teria aceitado conversar no dia seguinte. Mas além de não ir ao encontro para esclarecer o problema, ele ainda foi à loja no mesmo dia, acompanhado de uma mulher, segundo informações colhidas pela vítima, e fez a “limpa” no estabelecimento. Levou as máquinas que eram usadas na oficina de celulares, aparelhos de clientes que estavam para conserto e fones de ouvido que estavam à venda.

Ainda segundo a vítima, o golpista utilizava o nome de sua loja para vender videogames pela internet. O criminoso tirava notas fiscais frias no valor do console, em torno de R$ 5 mil, e usava como prova de ter o produto em estoque. Com o documento em nome da empresa, o estelionatário vendia o aparelho pela internet, mas passava sua conta bancária pessoal para que o comprador fizesse o depósito do valor. Quando percebiam que tinham sido enganadas, as vítimas não conseguiam mais fazer contato com o criminoso.

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