Enquanto a população ainda se acostuma às novas transações digitais, sem o devido conhecimento sobre segurança virtual, estelionatários vêm aplicando uma série de crimes por meio da internet, via aplicativos de mensagens. Uma das modalidades de golpe mais recentes é a da falsa quitação de financiamento de veículos. Já há casos de vítimas em Santa Cruz do Sul.
Trata-se de um golpe aplicado por pessoas que se passam por funcionários de bancos ou financeiras, oferecendo a quitação de um financiamento com um desconto bastante elevado. Na maioria dos casos, os estelionatários ligam para a vítima ou entram em contato diretamente pelo WhatsApp. Sugerindo uma opção atrativa de desconto para quitar o empréstimo, eles usam como argumento uma “promoção de momento”, ou afirmam até que, “devido à pandemia, está sendo concedido desconto”.
As tratativas são feitas pelo aplicativo de mensagens ou e-mail. O estelionatário envia um boleto em determinado valor, supostamente para quitar a dívida das parcelas do financiamento do automóvel, e garante para a vítima que, dias depois do pagamento, a restrição terá baixa no sistema.
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Sem se dar conta de que o boleto não pertence à financeira titular, e sim a um golpista, a pessoa paga e o dinheiro vai para a conta de um laranja. Passados alguns dias, o veículo continua com a restrição e a dívida segue ativa.
No município, um caso foi registrado em março. Um homem adquiriu uma caminhonete, no valor de R$ 95 mil, em uma loja que integra a Associação dos Revendedores de Veículos de Santa Cruz do Sul (Arevesc). Acertou de entregar seu veículo na troca e pagar o restante do valor, cerca de R$ 50 mil, por meio de um financiamento. Após quitar três parcelas, recebeu o contato de um estelionatário.
“Foi de alguém que, supostamente, seria do banco em que ele fez o financiamento. Ofereceram uma quitação antecipada no valor de R$ 40 mil. Acabou pagando o boleto, que foi enviado por e-mail, gerado apenas para aplicar o estelionato, com o logo do banco junto. Só depois ele se deu conta de que havia caído em um golpe”, explicou o proprietário da loja, que prefere ter o nome preservado. A vítima perdeu o valor e continua pagando o financiamento.
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“Precisamos alertar as pessoas de que não há muita novidade nessa história. Descontos assim são impossíveis de serem feitos e, normalmente, é o cliente que liga buscando algum desconto para quitar o empréstimo, não o banco. Independentemente de fazer o pagamento pela internet, deve-se olhar para quem está cedendo o valor, senão a pessoa acaba enviando dinheiro para um golpista e ainda fica com a dívida”, complementou o empresário.
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Em mais um caso registrado em Santa Cruz recentemente, em agosto, um cliente de outra empresa associada à Arevesc buscou adquirir um sedan, no valor de R$ 87 mil. Conforme o proprietário da revendedora, na troca, iria colocar no negócio um Hyundai HB20, com saldo devedor para quitar.
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“Aí, ele financiou com o banco a diferença que faltava do carro dele para o que queria adquirir, mais o saldo devedor do HB20. O valor total do empréstimo era de R$ 28 mil. Depois de pagar umas parcelas, uma pessoa entrou em contato via WhatsApp para ele quitar tudo por R$ 20 mil, o que o cliente acabou fazendo. Depois, descobriu que tinha caído em um golpe”, contou o dono da revendedora. Em setembro, o negócio acabou sendo desfeito, o que gerou prejuízo para o cliente e também para a empresa, que não efetuou a venda do automóvel.
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O presidente da Arevesc, Victor Leonardo Kaminski, orienta os consumidores a ficarem atentos. “Fica esse alerta, pois estamos preocupados com a incidência desses golpes contra os clientes. Milagre ninguém faz. Deve-se sempre desconfiar de grande descontos”, comentou. Em outro caso, já “vacinado” contra as ações de estelionatários, Kaminski salvou um cliente em sua própria loja.
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“Ele havia adquirido uma Volkswagen Amarok. Faltava R$ 4 mil para pagar tudo, e mandaram mensagem oferecendo a quitação por R$ 2,7 mil. Ele me consultou, eu disse para trazer o boleto. Verifiquei e vi que os bandidos são tão audaciosos, que mandaram um boleto de financeira que nem era do banco onde meu cliente financiou. Acabei alertando-o de que era golpe, e meu cliente não efetuou o pagamento.” A orientação do presidente da Arevesc é sempre tirar dúvidas e buscar informações junto à financeira na qual se fez o financiamento, ou direto com o operador que realizou a ação.
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