Um goiano assumiu uma das principais funções representativas do setor do tabaco no País. Natural do município de Alexânia, a 120 quilômetros da capital, Goiânia, mas mais próximo de Brasília, da qual dista 90 quilômetros, o advogado e gestor Edimilson Alves tem 51 anos e agora ocupa a condição de gerente-executivo da Associação Brasileira da Indústria do Fumo (Abifumo), com sede em Brasília. Ele substitui Giuseppe Lobo, que investiu em outro desafio profissional na área de etanol em Cuiabá, capital de Mato Grosso. Lobo estava no cargo desde meados de 2022, quando o antecessor, Carlos Galant, aposentou-se após duas décadas na entidade.
Mais recentemente, Alves atuava como diretor-geral do Instituto Pensar Agro (IPA), também sediado em Brasília, ligado à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). É uma instância de interlocução do agronegócio com os órgãos públicos na capital federal. Foi justamente no IPA que Alves tivera contato mais próximo com o setor do tabaco, pouco presente na realidade produtiva do Centro-Oeste. A Abifumo é também uma das entidades que compõem o instituto.
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A vivência de Alves no mundo do agro ainda inclui passagens pelo Ministério da Agricultura, pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e pela Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), além de funções no Ministério das Cidades, na Câmara dos Deputados e na iniciativa privada. Atuou como chefe da Assessoria Parlamentar, ao lado da deputada federal e ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina, e igualmente do ex-ministro Marcos Montes.
É essa experiência na articulação parlamentar e na gestão de pessoas e políticas públicas que agora traz ao setor do tabaco. Em conversa com a Gazeta do Sul, enfatizou que na semana passada esteve pela primeira vez em Santa Cruz do Sul, fazendo uma imersão prática na realidade dessa cadeia produtiva. E se disse “muito bem impressionado” com a organização do setor, que conferiu no campo e também na indústria.
São os diversos interesses das indústrias desse segmento (que, em grande medida, são também os de todos os que atuam na produção, a fim de assegurar boas condições para competir nos mercados nacional e internacional) que Alves defende em Brasília, nas instâncias pública e privada.
Em sua vida pessoal, Alves é casado (“há 25 anos”) com Maria Aparecida Ribeiro Alves, natural de Brasília. O casal tem duas filhas: Giovana Daniela, 25 anos, jornalista da equipe do portal Metrópoles, e Giulia, 19 anos, estudante de Medicina. Giovana lhes deu a neta Maria Antônia, de 7 anos.
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Entrevista
Como era o contato do senhor com o tabaco antes da chegada à Abifumo?
Consolidado como um dos principais itens na pauta de exportações da agropecuária brasileira, o tabaco sempre teve relevância em temas que conduzi em diferentes órgãos na capital federal. No Ministério da Agricultura, atuei ativamente junto às câmaras setoriais, entre elas a do tabaco. Na Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), acompanhei de perto discussões envolvendo o setor, como a elaboração da reforma tributária e outras políticas necessárias para a defesa dos produtores.
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A partir desses primeiros contatos com o setor do tabaco, como o avalia, inclusive em relação a outros segmentos do agro brasileiro?
Quem vivencia o agro sabe que o tabaco é referência em organização e produção integrada, mas confesso que fiquei surpreso positivamente quando fiz uma imersão no setor. Muitas práticas devem servir de exemplo para outras culturas, como a harmonização entre os produtores, as cooperativas e a indústria. A preocupação com a saúde dos agricultores também é incomparável.
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O senhor já esteve em Santa Cruz do Sul recentemente. O que mais lhe chamou a atenção sobre essa região em termos de socioeconomia?
Em minha passagem por Santa Cruz, vi de perto que o impacto do tabaco vai muito além do fortalecimento do campo e da indústria. Os recursos da produção estão no comércio e nos serviços, movimentam a região. Ao investir em projetos sociais, culturais e de educação, nosso segmento promove qualidade de vida. Fiquei emocionado ao ver o trabalho do Instituto Crescer Legal, essa iniciativa do SindiTabaco e das empresas associadas, que promovem educação e o combate ao trabalho infantil.
Quais devem ser as principais demandas que mais diretamente ocuparão a sua atuação na Abifumo?
Além de representar as empresas que atuam em diferentes áreas da cadeia produtiva em fóruns e discussões de relevância para o setor, a Abifumo tem como missão assegurar a sustentabilidade da indústria do tabaco. Neste ano, estamos envolvidos especialmente na tramitação da reforma tributária, ainda pendente de regulamentação pelo Congresso, e no debate sobre a regulamentação dos Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs). O Brasil é um dos poucos países do mundo que ainda não definiu regras claras para a comercialização, algo que fortalece o crime organizado e coloca em risco a saúde de pelo menos 3 milhões de usuários frequentes.
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