O Girassol – Centro Municipal de Atendimento ao Autista promoveu nessa quinta-feira, 24, uma ação especial voltada às mães atípicas. Durante o dia, o espaço ofereceu uma série de serviços de saúde, como aferição da pressão arterial e testes rápidos para infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), entre outras atividades em parceria com o Hospital Ana Nery. O espaço proporcionou também acolhimento às crianças para que as mães pudessem se dedicar inteiramente ao cuidado com a saúde.

Conforme a coordenadora do Girassol, Adriele Vargas, as mães atípicas de pessoas com deficiência costumam ter rotinas muito atarefadas e não conseguem praticar o autocuidado ou sair de casa para fazer exames preventivos, em razão das demandas dos filhos. “O objetivo da nossa equipe é proporcionar esse momento único para elas e acolher crianças, adolescentes e adultos com autismo.” A ação se dedicou ainda a orientar sobre a importância da prevenção e de ter atenção aos sintomas para buscar tratamento.

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“Para muitas, esse momento é ímpar e, na grande maioria das vezes, não existe porque não conseguem se desvincular dos filhos autistas e ter esse tempo para elas.” Deixar os filhos com outra pessoa, observa Adriele, não é uma possibilidade em função da inexistência de uma rede de apoio ou pela falta de capacitação ou da aceitação da criança em ficar longe. “Aqui os usuários se sentem em casa e realmente estão, porque esse espaço foi feito para os autistas de Santa Cruz. E hoje as famílias estão aqui recebendo suporte.”

Elogios

Uma das beneficiadas foi Priscila Silva Rosa, 33 anos. Moradora do Bairro Universitário, ela conta que se mudou para Santa Cruz do Sul há pouco tempo e está surpresa com o atendimento oferecido pelo Município.

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“É um acolhimento onde os profissionais enxergam além dos filhos. Do portão para dentro eu sei que eles estão seguros, mas eu também sou vista. As minhas dores, medos e anseios enquanto mãe atípica são ouvidos.” Ela fez elogios ao trabalho feito no local e disse esperar que no futuro continue da forma como está. “Eu já fiz parte de uma associação em outra cidade e não se compara à estrutura que temos aqui.”

Priscila confirma a percepção da coordenadora do Girassol, Adriele Vargas, e relata sentir falta de uma rede de apoio e de um tempo livre ao longo dos dias. “Na correria do dia a dia não sobra tempo, então muitas mães deixam de se cuidar e de fazer os exames como deveriam”, comentou. Ao longo da quinta-feira, as atividades prosseguiram no âmbito do Dia da Inclusão da 39ª Oktoberfest.

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