A torcida brasileira que deve lotar a Arena Olímpica durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro será uma grande aliada na busca por medalhas para os atletas da ginástica artística masculina. A opinião é dos próprios ginastas, que treinaram na manhã desta quarta-feira, 13, no Centro de Treinamento de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.
O único que não esteve presente ao treino em São Bernardo foi o campeão olímpico das argolas Arthur Zanetti, que busca se concentrar para os Jogos treinando separadamente em São Caetano do Sul.
Esta será a primeira vez na história que o Brasil vai participar da ginástica artística masculina nos Jogos Olímpicos com uma equipe completa. Com isso, a seleção – composta por Arthur Nory Mariano, Arthur Zanetti, Diego Hypolito, Francisco Barretto Júnior e Sérgio Sasaki, com Caio Souza e Lucas Bitencourt como reservas – poderá disputar as medalhas nas categorias equipe, individual geral e por aparelhos.
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“O fato de ser no Rio acho que é como em um jogo de futebol. Você está em sua casa, Então, acho que você é favorecido. Se a gente conseguir controlar a emoção e estarmos bem momentaneamente, isso pode favorecer muitos atletas”, disse Diego Hypolito, bicampeão mundial do solo e que disputa sua terceira Olimpíada. “Particularmente, espero que as pessoas sejam muito receptivas e gritem muito, porque preciso de energia positiva”, acrescentou.
“O povo brasileiro sempre cobra muito. Mas já estamos bem blindados com relação a isso. Sabemos o que passamos todos os dias. Vivemos isso aqui e sabemos dos adversários. Sabemos como lidar com isso. É ir lá e fazer nossa parte”, disse Nory.
Segundo Renato Araújo, técnico da Seleção Masculina de Ginástica Artística, a torcida brasileira será uma força extra para os atletas que representam o país. “Em 2004, houve a primeira Copa do Mundo no Rio de Janeiro e o Brasil nunca tinha passado por essa experiência. Ganhamos duas medalhas de ouro com o Diego no solo e no salto. Depois, passamos por algo parecido nos Jogos Pan-Americanos, com o ginásio lotado no Rio, onde batemos nosso recorde de medalhas. Sem esquecer que no Ibirapuera [em São Paulo], em 2005 e em 2006, com ginásio lotado, conseguimos o que queríamos.”
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“A energia brasileira vai fazer muita diferença na hora em que a gente subir naquele pódio”, afirmou o atleta Francisco Barretto.
Medalhas
Apesar da grande expectativa para uma medalha de ouro, principalmente para Zanetti, os atletas evitam falar sobre a possibilidade de conquistarem medalhas no Rio.
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Para Hypolito, as chances do Brasil conquistar uma medalha por equipes são pequenas. “Medalha por equipe ainda não temos essa condição, porque há países muito mais evoluídos em termos de estrutura. O Brasil só começou isso há uns oito anos. Acredito que para o próximo ciclo, se continuarmos com os atletas se dedicando como agora, teremos condição sim de uma medalha por equipe. Acredito que um resultado bom seja um sexto [lugar] ou no máximo quinto. Acima disso acho difícil”, disse Hypolito a jornalistas.
Para Arthur Nory Mariano, o objetivo é “fazer uma boa competição e representar bem o Brasil”. “Estou desde o início do ciclo, em 2012, me preparando para essa Olimpíada e agora é fazer o que eu sempre fiz e dar meu máximo.”
“Acho que em nenhum esporte podemos falar em chance de medalha. Talvez na ginástica seja ainda mais difícil. Estamos trabalhando. O resultado que vier nos deixará muito felizes. Se eu conseguir competir com meu 100% e mesmo assim ficar em último, ficarei feliz porque aquilo foi meu 100%. Poder aguentar a pressão, poder competir e poder fazer o melhor em uma competição é muito difícil. É isso o que me motiva”, disse Sasaki.
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“Temos muita expectativa para a equipe, para os especialistas e para os individuais gerais. A expectativa é concluir o que a gente treina. E treinamos muito bem. Agora, é transportar isso para a hora da competição”, adiantou Francisco Barretto.
Embora os atletas evitem falar sobre medalhas, Renato Araújo é mais otimista e faz apostas. “Minha expectativa é que, se acontecer uma maravilha, poderíamos ter medalha do Diego no solo, do Zanetti na argola, do Sasaki no salto e do Nory na barra. Isso seria super. No mínimo, [esperamos] uma medalha. Ficaremos entre uma e quatro medalhas”, afirmou o técnico.
Araújo lembrou que esta equipe já faz história por ser a primeira vez que o Brasil disputará uma medalha por equipe. “Também será histórico se for para a final, competir bem, ganhar algumas medalhas e acumular o maior número de finais possíveis.”
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