Coluna publicada em 21 de maio de 2012
No momento em que estudantes e professores estão sem aulas, reclusos por causa do coronavírus, vamos reproduzir a coluna de 21 de maio de 2012, quando recordamos o surgimento do primeiro ginásio público (gratuito) de Santa Cruz do Sul. As aulas começaram em 26 de março de 1956. Hoje, o educandário chama-se Escola Estadual de Ensino Médio Ernesto Alves de Oliveira.
Na década de 50, para ingressar no ginásio, os alunos precisavam prestar Exame de Admissão, uma espécie de vestibular para testar seus conhecimentos. Para o primeiro exame, inscreveram-se 135 candidatos e 91 foram aprovados. Dentre eles, muitos conhecidos como Claudino Simon, René Assmann, Paulo Beckenkamp, Reinildo Schwerz, Rodolfo Künzel, Günther Tautz, Lúcio Beuermann, Osvaldo Goettert e Rudi Merten.
As aulas eram no prédio do Grupo Escolar Santa Cruz, em frente ao quartel do Exército, à noite. O início foi com três turmas de primeiro ano e uma de segundo (para alunos transferidos de escolas particulares).
Com a grande procura por vagas, inclusive de adultos e de muitos militares, logo foram construídos anexos de madeira, nos fundos do grupo, permitindo a abertura de novas turmas. Nas salas de madeira, além do desconforto térmico para alunos e professores, havia outro problema: toda vez que o trem ou o carro-motor passavam (os trilhos eram na atual Avenida Paul Harris, fundos da escola), as aulas precisavam ser interrompidas por alguns minutos em razão do barulho e da fumaça.
Os primeiros alunos do ginásio vinham de todos os lados, a pé e de bicicleta. Um pai que residia próximo do Sanatório Kaempf era aluno e trazia a filha na garupa da bicicleta, para que ela também frequentasse as aulas. Um grupo de 12 estudantes vinha pedalando de Vila Tereza (hoje Vera Cruz). Apesar das dificuldades, as faltas eram poucas.
O ex-diretor Ivo Müller lembra que os educadores também iam para a escola a pé ou de bicicleta. Raros eram os que tinham lambreta. No final do mês, Ivo dirigia-se à Coletoria Estadual e retirava o dinheiro para o pagamento dos professores e funcionários. À noite, cada um pegava seu dinheiro e assinava o recibo. Eram outros tempos, sem burocracia, tudo na confiança e sem medo de assaltos.
Publicidade
This website uses cookies.