No final de semana li um artigo cujo título era “O trabalho que dá aparentar felicidade”, do médico J. J. Camargo, um craque no consultório e nas letras, de jaleco e notebook. Por alguns minutos parei para refletir sobre o momento atual, em que “parecer feliz” é quase uma obsessão para um contingente cada vez maior de pessoas. A busca desse estereótipo ignora idade, classe social ou profissão. Parece uma sombra: quanto mais buscada, menos alcançada, aumentando o estresse, a frustração e até a depressão.
Em tempos de massacre das redes sociais, a busca da imagem pública “perfeita” esconde inúmeras mazelas, tema que lota consultórios de psicólogo, terapeutas, psiquiatras e afins. Torná-las públicas, porém, soa pecado, crime hediondo. Afinal, ser bonito, feliz, viajar a lugares paradisíacos ou frequentar eventos chiques é o modelo ideal de vida de milhões, um exército que só cresce. Sem essas exigências plenamente atendidas muitas pessoas sentem-se alijadas, excluídas do convívio social. É como se, pelo fato de não serem “perfeitas”, fossem portadoras de uma doença contagiosa.
Ser humano analógico assumido, usuário de apenas o básico de tecnologia para sobreviver e trabalhar, sinto enorme dificuldade para manusear ferramentas que, segundo os especialistas, facilitariam o meu cotidiano. Ok, uso o aplicativo do Banrisul. Afinal, essa engenhoca permite pagar as infindáveis contas/boletos sem a necessidade de ir ao banco. Mas isso não dispensa as visitas frequentes à minha gerente de contas, a competente Patrícia Hexsel Rosa, da agência central em Porto Alegre.
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Fico encafifado – atenção! Leitores com menos de 50 anos terão que recorrer ao Google para entender, eu sei! – diante da figura do “influencer”. Despido de preconceito – juro! – tento imaginar a vida dos seguidores dessa gente que possui milhões de fãs que, antes mesmo de acordar, clicam para saber o que o ídolo está fazendo. É uma perseguição virtual sem fim!
Quando deparo com reportagens sobre influenciadores, pergunto por que as pessoas têm necessidade de acompanhar cada suspiro desses campeões da internet. E por que tantos precisam reproduzir expressões, copiar roupas, gostos, usar gírias e imitar o modo de vida nas 24 horas do dia.
Ídolos sempre existiram, para todos os gostos, desde que o mundo é mundo. Vi que o apartamento de milhões de reais de um influenciador foi arrombado e levaram vários objetos, como um relógio de R$ 1 milhão, destaque das postagens dias antes. Menino de infância pobre, a vítima do furto ostenta luxo, riqueza. Será uma inspiração positiva para os jovens? Opinião é como impressão digital: cada um tem a sua, única e personalizada. Portanto, há gosto para tudo!
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