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IDEIAS E BATE-PAPO

Gilberto Jasper: “Ignoramos a possibilidade de exaltar bons exemplos”

A pior consequência da polarização que foi exacerbada a partir das eleições presidenciais de 2018 no país é a carência de novas lideranças, além da falta de protagonismo de antigos líderes em segmentos tradicionais da vida brasileira.

Qualquer opinião proferida publicamente é, logo em seguida, cotejada com manifestações anteriores relativas a posições políticas dos últimos anos. Não importa o personagem. Importa qual a simpatia política que muitas vezes é forjada por boatos, fake news e manipulação de informações.

Somos uma sociedade que se especializou em destruição de biografias. Ignoramos a possibilidade de exaltar bons exemplos, trajetórias edificantes e histórias inspiradoras. Nota-se um prazer mórbido em falar mal dos outros, em qualquer ambiente social. A crítica é marca registrada. No trabalho, na mesa de bar, na reunião de família ou na fila do supermercado, raramente se ouve reconhecimento por comportamentos acima da média.

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No Rio Grande do Sul, em especial, esse sentimento negativista é ainda mais intenso. Somos, como alguns definem, como um enorme cesto, repleto de caranguejos que buscam sair do cativeiro. Quando algum deles consegue alcançar o topo para ganhar a liberdade, alguém puxa o conterrâneo para baixo. Parece que o sucesso incomoda. E é sempre vinculado a possíveis favores, ao sobrenome do protagonista, a algum carteiraço ou ao famoso QI – “quem indica”. Elogiar parece gerar sofrimento, mantendo, por isso, uma postura destrutiva e sempre pessimista.

Neste ambiente tóxico preocupa o futuro. Jovens com vocação para serem líderes têm poucos exemplos a serem seguidos. Pelo contrário! Proliferam péssimos comportamentos nesse vale-tudo que tem solo fértil entre nós. Isso não é rotina apenas na política. Isso ficou evidenciado ao longo das revelações oriundas da Operação Lava-Jato. O herói de hoje se transforma no presidiário do futuro com rapidez incrível.

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A educação – sempre! – é a única esperança de transformação, mas pelo andar da carruagem e com base nos índices divulgados pelo Ministério da Educação – as perspectivas são desanimadoras. O analfabetismo, êxodo, desvalorização dos professores e o descaso com as condições materiais da maioria das escolas são manchetes diárias.

Seria ingênuo sugerir a adoção de uma espécie de “visão cor-de-rosa” do mundo, do País e do nosso Estado. Mas poderíamos agir com mais comprometimento na construção de um ambiente acolhedor que reconheça bons exemplos, apesar de serem raros. Enquanto “falar mal” for esporte nacional, teremos um Brasil conflagrado, rivalizado, egoísta. E as novas lideranças irão copiar os péssimos comportamentos que abundam por aí.

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