Menos de dez por cento dos recursos prometidos para a educação do Rio Grande do Sul em termos de educação foram entregues pelo governo federal. Há meio ano se arrasta uma rotina em que pais e alunos são submetidos a uma rotina de descaso, fruto da incompetência de quem foi eleito para garantir aprendizado de qualidade.
Diferentemente do que foi prometido em inúmeras entrevistas coletivas e discursos, olha-se no entorno e se enxerga total falta de comprometimento em todos os níveis – municipal, estadual e federal – em relação ao futuro das nossas crianças.
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A realidade de inúmeras comunidades revela um cenário de grande destruição da rede escolar do Estado em consequência da enchente de maio. Em vários dos 36 municípios que compõem o Vale do Taquari – uma das regiões mais atingidas – temos estabelecimentos atingidos três vezes no curto espaço de sete meses.
A primeira ocorrência foi registrada no início de setembro de 2024. A segunda atingiu os municípios em novembro. Na maioria das cidades, sequer os prejuízos da primeira cheia foram completamente reparados. O longo caminho do dinheiro, que parte de Brasília até as prefeituras, é repleto de empecilhos. Como agravante, os prefeitos enfrentam os efeitos da burocracia e dos conhecidos “desvios tradicionais”. Tudo isso impede que se tenha agilidade para a reconstrução da malha escolar, o que deveria constituir prioridade.
O resultado tem sido lamentável. Temos milhões de crianças com seu direito à educação e alimentação no período escolar sonegado há meses. Já são seis meses desde a última enchente. Cá entre nós, é tempo suficiente para definir prioridades, elaborar um planejamento básico para garantir a agilidade necessária para que o dinheiro chegue “na ponta”, ou seja, que viabilize as reformas necessárias.
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O segmento da educação é apenas parte do cotidiano enfrentado pelos gaúchos devastados pelas enchentes que sofre com a inépcia na busca de soluções. No setor de transportes, o caos só não é maior graças à mobilização de empresários e das comunidades. Cansados de esperar, organizam mutirões, levantam recursos e “fazem acontecer” diante do festival de promessas, manchetes não cumpridas e comitivas que gastam milhões em deslocamentos sem resultados. Pontes foram reconstruídas e trechos de estradas reformados.
O volume de impostos recolhidos mensalmente, e enviados a Brasília, retorna em forma de migalhas injustas. Fosse o Rio Grande do Sul um país teríamos dinheiro suficiente para reconstruir casa, escolas, postos de saúde e da Brigada Militar, além de rodovias, ferrovias e para o desassoreamento das hidrovias. O quadro é lamentável, repete-se há anos, sem perspectiva de melhoria. Haja paciência!
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