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Gilberto Jasper: “77 anos da nossa Gazeta”

Quarta-feira, 26, a nossa Gazeta do Sul completou 77 anos de vida. Pode parecer um registro comum. Afinal, seria mais um ano, sequer se tratou de uma “data redonda”, como foi aos 70 anos e será aos 80. Mas basta olhar ao redor para constatar que o sumiço dos veículos impressos – jornais e revistas – é um fenômeno que se acelerou com a onipresença da internet.

Tenho mais de quatro décadas de experiência como “canetinha”, apelido antigo, dos tempos da máquina de escrever, dado aos jornalistas que atuavam em jornais. Diferentes dos colegas de rádio e tevê. Naquela época, não havia blogs, sites e outras plataformas digitais que invadiram nosso cotidiano.

Nasci na colônia. Por isso, desde cedo aprendi a importância da imprensa do interior. Em palestras que fazia antes da pandemia repetia aos futuros colegas de profissão, em bate-papos de faculdades, que jornais e rádios dos pequenos municípios possuem a incrível – e única – capacidade de transformar a realidade local. Em muitas regiões, a história dos municípios se confunde com a trajetória dos veículos locais de comunicação. Campanhas benemerentes, promoções, divulgação/projeção de lideranças regionais e uma gama enorme de fenômenos acontecem a partir de microfones e matérias de jornais, acrescidas atualmente pelos blogs e sites de notícias.

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Tive o privilégio de trabalhar por quase dois anos na Gazeta, nos anos 1980. Cursava o final da faculdade de Jornalismo na Unisinos. Fui contratado pelo saudoso Guido Kuhn, que fez um rápido teste comigo. Foi um caso típico de amor à primeira vista, recíproco. Em poucos minutos acertamos minha mudança para Santa Cruz do Sul, cidade que está eternamente no meu coração e que visito tendo como guias os amigos e irmãos que a vida me deu: o casal Mário Jost e a saudosa Jussara, que nos deixou precocemente, além do filho, o oftalmologista Guilherme Jost.

Jornais do interior lutam diariamente para sobreviver. A competição com o digital, os elevados custos dos insumos e a logística para levar o produto até o leitor são parte dos obstáculos. Muitos me perguntam sobre o futuro dos jornais. Digo, mais do que nunca, que será preciso investir em análise e projeções. É um investimento alto, mas necessário. A Gazeta do Sul enfrenta o desafio com galhardia. Cada edição é uma vitória. Só aqueles que habitam as redações podem avaliar o orgulho com que um jornalista folheia uma edição. Cada matéria é o resumo de muita dedicação, suor, estresse e expectativa. E nem sempre com o resultado desejado.

Dos tempos do Ari Resch, Romeu Neumann, Jansle Goettens (o “Pepo”), do Serginho da linotipo, do Max Montiel Severo, do fotógrafo Jô e de tantos outros, guardo recordações eternas. Parabéns, Gazeta do Sul. Vida longa de contínuo sucesso!

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Heloísa Corrêa

Heloisa Corrêa nasceu em 9 de junho de 1993, em Candelária, no Rio Grande do Sul. Tem formação técnica em magistério e graduação em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo. Trabalha em redações jornalísticas desde 2013, passando por cargos como estagiária, repórter e coordenadora de redação. Entre 2018 e 2019, teve experiência com Marketing de Conteúdo. Desde 2021, trabalha na Gazeta Grupo de Comunicações, com foco no Portal Gaz. Nessa unidade, desde fevereiro de 2023, atua como editora-executiva.

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