Arelação diplomática ou comercial entre o Brasil e a China configura a aproximação entre dois dos maiores países do planeta em diferentes indicadores. Ambos estão entre os cinco maiores territórios nacionais existentes: a China é o terceiro, após Rússia e Canadá, seguida de Estados Unidos e Brasil. E estão também entre os mais populosos: a China, na verdade, era o líder do ranking, embora dados recentes, de maio, sugiram que a Índia acaba de assumir esse posto. De todo modo, os chineses somam 1,412 bilhão, em dados do Banco Mundial, de 2021. E o Brasil é o sétimo, com mais de 203 milhões, conforme o novo Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Na prática, os chineses somam nada menos do que sete vezes o total dos brasileiros.
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Com tamanha população, é natural que a China apresente uma demanda de alimentos e de matérias-primas (em suma, de commodities) muito acima de um ritmo normal de nações de porte médio. Essa pressão no abastecimento é ainda maior a partir da forte industrialização que o país asiático apresentou nos últimos anos. Nesse sentido, o Brasil, produtor de alimentos e de matérias-primas e também fonte de minérios, sempre foi parceiro em potencial, e estratégico. Não por acaso, a China é, na atualidade, o maior importador de produtos brasileiros, adquirindo mais de 30% de tudo o que o Brasil exporta. Esse é um dos motivos que explicam a determinação do governo federal em fomentar a aproximação e estreitar relações com os chineses, em diferentes áreas.
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E é uma relação já bastante longeva. Brasil e China firmaram laços democráticos em 1974, com a abertura das Embaixadas do Brasil em Pequim, e a da China em Brasília. Os chineses ocupam a condição de maior parceiro comercial do Brasil desde 2009, na época do segundo governo de Lula. Mais do que adquirir commodities, a China tem ampliado seus investimentos no exterior, em setores como tecnologia, indústria automobilística e energia. Na avaliação de especialistas, a visita da delegação brasileira à China, em abril, pode sinalizar para uma mudança forte no patamar da relação entre as duas nações. O sinal para isso estaria na assinatura, então concretizada, de vários acordos.
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A missão diplomática composta por líderes públicos e por empresários, em abril, teve como decorrência prática a assinatura de 15 acordos entre Brasil e China em diferentes campos. A interpretação feita por analistas é de que, efetivamente, as duas nações foram além da fase das commodities e ingressaram na fase de inovações, o que envolve, entre outros, transição energética e mundo digital.
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A visita ainda tratou do plano de cooperação espacial 2023-2032 entre a Administração Espacial Nacional da China e a Agência Espacial Brasileira. Um dos projetos mais esperados é o da construção do primeiro satélite sino-brasileiro, a ser direcionado ao monitoramento da superfície da Terra, de olho nas florestas. Graças a esse dispositivo, especialistas dos dois países vão acompanhar biomas naturais, como a Amazônia, mesmo com a presença de nuvens.
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Um ambiente cercado da maior expectativa é o da cooperação entre universidades dos dois países, o que fica evidenciado pela presença de inúmeros representantes de educandários brasileiros na missão, como refere o deputado federal Heitor Schuch. A partir de acordo firmado entre os ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovação, áreas como nanotecnologia, biotecnologia, cidades inteligentes, inteligência artificial, mudanças climáticas e ciência e tecnologia voltada ao agronegócio merecerão aporte e incentivo nas pesquisas conjuntas nos próximos anos.
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Por fim, no agro, de longa data um terreno no qual a aproximação entre brasileiros e chineses é intensa, há forte aposta em um plano de trabalho para a cooperação na certificação eletrônica em produtos de origem animal. Haverá ainda um protocolo envolvendo requisitos sanitários e de quarentena para proteína processada de animais terrestres a ser exportada para a China, um aspecto que interessa diretamente à indústria nacional da área.
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