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Futurismo & inovação

Gestão obsoleta roubando o futuro

Empresas tradicionais ainda buscam certezas, olham para o futuro de forma errada e planejam 2023 em cima de visões obsoletas, que dificilmente se sustentam no mundo VUCA (Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo) e BANI (Frágil, ansioso, não linear e incompreensível). A Inteligência Artificial promete tornar esse cenário ainda mais complexo daqui até 2029.

Enquanto isso, inovadores e visionários gastam boa parte do tempo no entendimento antecipado da mudança e no design do futuro pavimentado pela inovação. Inovação e futuro são coisas diferentes. O primeiro nos leva ao segundo, mas a inovação precisa de uma boa estratégia, senão pode se tornar um voo cego que acaba em um precipício. A inovação em si está bem perdida e desintegrada, quando olhamos por um espectro maior.

Todos os mercados estão sendo desafiados por novos modelos de negócio, especialmente os digitais. Não se iluda, atrás desse movimento há jovens muito capazes de entregar um produto e serviço excelente por um valor mais democrático, mais barato. E eles vêm ganhando espaço de forma pulverizada.

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Falamos intensamente do futuro desde 2016, mas poucos têm preparo para ancorá-lo no presente e conectar as narrativas de longo prazo com a inovação do presente. Planejar agora é sobre ousar, não mais sobre fazer planos que causam estagnação ou geram mil problemas durante a execução. Não podemos viver no futuro, nem enterrar a cabeça no presente resolvendo problemas ou continuar apenas fazendo planos cegos para os próximos 12 meses.

Na semana passada estive no palco aqui na região, com pessoas importantes na inovação no Brasil, que mostravam que planejamento tradicional em tempos incertos pode custar a vida do negócio. A maior armadilha para uma estratégia é imaginar que por que as coisas vão bem não é preciso inovar ou pensar fora da caixa.

Segundo Pedro Englert, CEO da Startse, onde começo a dar aula em novembro, a gestão focada em metas e processos é uma boa garantia de se ficar obsoleto rapidamente. Empresas precisam ter a capacidade de resolver os problemas do mercado, de ter ambição que une propósito e lucro, gerar impactos sociais com produtos e seguir as regras que garantem que os negócios andem na trilha de sustentabilidade exigida pelo mundo no século 21.

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O que acho mais chocante é a acomodação, a resistência e o atraso no modelo mental dos líderes públicos e do setor privado, que estão à frente da maioria dos governos e negócios. Baixa capacidade de navegar na incerteza, baixa visão de riscos, pouca coragem para experimentar novas ideias, e sem nenhuma noção de como criar estratégias múltiplas que abracem o hoje, o amanhã e o futuro. E isso rouba nosso futuro coletivo, porque pessoas passam e o mundo continua, e nós, a sociedade, acabamos pagando a conta deste atraso.

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