A gestão de pessoas é uma das funções mais importantes – e por isso difíceis de realizar. Tanto na atividade pública quando nas hostes privadas. Apesar da relevância, é grande o contingente de dirigentes que ignora a necessidade de tratar com educação, respeito e tato os seus colaboradores.
Com mais de 40 anos de jornalismo já passei por inúmeros empregos, nem sei quantos, já perdi a conta. Costumo dizer que devo ser um péssimo gestor de pessoas, mas poderia dar consultoria para demonstrar como “não tratar” os funcionários.
Posso discorrer por horas a fio sobre experiências grotescas protagonizadas por superiores hierárquicos incapazes de ouvir, refletir e só então agir. Noções de relações humanas, motivação, recompensa de esforço e uso da sensibilidade quando um colega passa por um momento difícil não constam do ideário de muitos gestores.
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Causa indignação a quantidade de administradores incapazes de cumprir o simples exercício de colocar-se no lugar do subordinado. Sim, isso é o básico no caso do chefe não ter preparo, nem vontade para participar de treinamentos que existem às centenas no mercado para habilitar o mais patético troglodita designado para comandar uma equipe.
Talvez a carência de empatia nas relações de trabalho reflita o mundo em que vivemos. Basta olhar ao redor para constatar que a gentileza não é pré-requisito para tornar a rotina mais leve. O bate/levou é uma estratégia banalizada. Basta observar as redes sociais ou os locais de uso coletivo, como filas de caixa eletrônico, supermercado, trânsito. É fácil constatar que o respeito ao semelhante saiu de moda.
Quando o clima é de divergências de ideias, os ânimos ficam ainda mais acirrados, podendo enveredar para agressões pessoais a fim de desqualificar o oponente. No trabalho, isso se repete. No caso de discrepância entre chefe e subordinado, qualquer argumento apresentado pelo colaborador é tomado como ofensa, desrespeito ou blasfêmia.
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A repetição de comportamentos insensíveis transforma o ambiente de trabalho numa arena onde o clima exala medo, insegurança e revolta que, muitas vezes, explode de uma maneira descontrolada. As relações humanas são um labirinto que mistura personalidades e atividades distintas. Não existem receitas prontas porque cada situação tem nuanças específicas. Nesses casos, mais uma vez é preciso equilíbrio e sensibilidade para adotar o tratamento adequado de acordo com o temperamento do subordinado.
Estamos muito longe das relações ideais. Mas poderíamos vir com um pouco mais de harmonia que refletiria em qualidade de vida no ambiente de trabalho. Basta boa vontade recíproca.
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