Cultura e Lazer

Geraldo Schmidt: para o universo artístico, Geraldo Buenacho

Não é todo mundo que consegue a façanha de incorporar sua grande criação ao próprio nome. O rio-pardense (ou santa-cruzense) Geraldo Lacir de Souza Schmidt conseguiu. Para todos no mundo artístico, ele é conhecido como: Geraldo Buenacho. Por um motivo muito simples: em 19 de julho de 1980, com apenas 20 anos, idealizou e liderou a fundação do conjunto Os Buenachos, referência em música fandangueira para o Brasil.

Aos 68 anos, Geraldo comemora os 43 anos de atuação ininterrupta do grupo, um dos mais longevos na música no interior gaúcho. É uma história de vida que teve início no Arroio do Couto, no interior de Rio Pardo, área depois anexada a Santa Cruz do Sul, município em que ele hoje reside, em Cerro Alegre Baixo.

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Filho de Hélio Schmidt e de dona Miguelina, já falecidos, nasceu em 30 de dezembro de 1954, e tem ainda os irmãos Antelmo, Adelmo e Ivone. Depois de fazer os estudos primários na escola Vidal de Negreiros, na localidade natal, por volta dos 12 anos sentiu-se atraído para a música. Um tio deu-lhe de presente um violão, que, por um infortúnio do destino, teve de deixar de lado por um ano, para cumprir o luto pela perda do pai, que faleceu naquela época.

Mas logo adiante, por volta dos 17, 18 anos, formou dupla com um amigo da vizinhança; apresentavam-se como Geraldo e Alvício. O passo seguinte foi integrar uma banda, a Vendaval, na qual tocou guitarra. E veio nova mudança, para o conjunto Os Nativos, em Santa Cruz, agora aprendendo contrabaixo. Entre 1978 e 1979, mais uma experiência, desta vez com a banda Os Campeiritos.

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Então veio o grande feito de sua vida: aos 20 anos, em julho de 1980, idealizava e fundava um grupo, Os Buenachos, em Santa Cruz, com a proposta de animar bailes fandangueiros. Cercou-se de um bom time de músicos, e a fama cresceu rápido. Tanto que já no primeiro ano se determinaram a gravar um vinil, Solo Pampeano, pela gravadora Chororó. Em poucos anos, a agenda ultrapassava, e longe, as fronteiras gaúchas: convites para shows eram constantes em Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso. “Entre 1985 e 1991, íamos ao menos três vezes por ano para São Paulo”, recorda.

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Como líder de Os Buenachos, acabou por incorporar sua criação ao próprio nome, passando a ser conhecido como Geraldo Buenacho. Teve aulas com mestres do acordeon, como Lydio Frantz, João Pedro, Bendinha e Oscar dos Reis. Como compositor, tem, de sua autoria, mais de cem canções espalhadas pelos trabalhos de estúdio. Hoje, são quatro álbuns ao vivo e quatro CDs. Em 2022, chegaram as canções avulsas Nos Braços do Gaiteiro e Vaneira do Brasil, que fazem muito sucesso.

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Para marcar os 43 anos de carreira, o conjunto gravou em Cerro Alegre Baixo o clipe de Fogão Campeiro, que está sendo compartilhado nas redes sociais desde a semana passada. Ao lado de Geraldo no grupo atualmente estão Silas Franco (vocal), de Cachoeira do Sul; Pedro Renner (vocal), de Candelária; Eder Carlos Krammes Severo (guitarra e vocal), de Santa Cruz; Nilmar Souto (bateria), de Pantano Grande; Jonas Motta (baixo e vocal), de Butiá; e Henrique Rehbein Haetinger (gaita e vocal), de Santa Cruz.

Na vida pessoal, é pai de Marinei e de Moisés, de um relacionamento anterior, e que lhe deram os netos Léo e Murilo (filhos de Marinei) e Caetano (filho de Moisés). E tem ainda a neta Brenda, de sua atual companheira, Sônia Job. Ao olhar para trás, em sua caminhada, com os olhos marejados pela emoção, aponta alguns clássicos que mais interpretam em shows e fandangos: Namorando a Lua, Vaneira do Brasil, Vaneirinha do Coração (já do primeiro vinil), Vem Chegando o Miguelão e O Clarão da Lua Cheia, esta composição sua em parceria com Bráulio Brasil. É uma história que se eterniza na cena cultural brasileira. De fato, Geraldo é nada menos do que um… buenacho!

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Cinco músicas referenciais para Geraldo:

  • Namorando a Lua (Os Buenachos)
  • O Clarão da Lua Cheia (Os Buenachos)
  • O Menino da Gaita (Sérgio Reis)
  • Gaivota Pantaneira (Dino Rocha)
  • Nunca aos Domingos (Sidnei Lima)

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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