Prestes a completar uma semana do forte temporal registrado no dia 16, moradores de diversas localidades da Região dos Vales continuam sem energia elétrica. Na manhã desta terça-feira, 23, 1,7 mil clientes do Vale do Rio Pardo permaneciam afetados. Enquanto aguardam pelo conserto da rede, as comunidades atingidas buscam alternativas para amenizar os prejuízos. “Nossa situação é desesperadora”, afirma Selvani Gollman, moradora da Linha Esperança, interior de Venâncio Aires.
Há seis dias sem luz na localidade, ela e a família tiveram que apelar para um gerador. Porém, conseguem utilizá-lo em alguns momentos do dia, já que o equipamento tem um alto consumo de diesel. A maior preocupação é o bem-estar da mãe, Alzira Zulmira Pilz, de 90 anos, que está acamada. Sem poder ligar o ar-condicionado, a idosa precisou suportar o calor registrado nos últimos dias, necessitando de ainda mais cuidados. Contudo, nem todos os vizinhos contaram com a alternativa e não conseguiram preservar os alimentos. Para diminuir as perdas, alguns chegaram a vender a carne armazenada na geladeira.
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Em Linha Saraiva, também em Venâncio Aires, a agricultora Vanessa Beatriz Kramer Laufer, 25 anos, também precisou utilizar, de forma limitada, o gerador até a energia ser restabelecida no domingo, por volta das 17 horas. Durante cinco dias, ela e o marido, Jorge Ivan Laufer, tiveram um consumo de aproximadamente 40 litros no equipamento, gerando um gasto de R$ 300,00. “Praticamente o mesmo valor da conta de luz”, comentou.
Para reduzir o consumo, deixavam-no ligado somente seis horas por dia – uma pela manhã, duas à tarde e três durante a noite. Assim, puderam manter funcionando as duas geladeiras e os dois freezers da residência e evitar a perda de alimentos. Até o fim da tarde de ontem, a energia elétrica ainda não havia sido restabelecida em parte de Linha Rio Grande, no interior de Sinimbu. Daniela Fernanda Behm, 36 anos, precisou levar os mantimentos para a casa de familiares. Para lavar roupa, pediu ajuda a uma prima. Os vizinhos vivem situação parecida. “Está bem complicado”, desabafou.
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Em nota, a RGE afirmou que a maioria dos serviços para normalizar o fornecimento são de “grande complexidade”, diante do volume de resíduos de vegetação e objetos sobre a rede. “Esses serviços, além de demorados, quando concluídos, permitem religar poucos clientes”, informou. Do total de clientes que ficaram sem energia após o temporal (714 mil), 5,5 mil permaneciam desabastecidos até a manhã desta terça, segundo a empresa. O serviço já foi normalizado para 706 mil (98,5%).
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