Embora positivo, o saldo de empregos gerados de 1º de janeiro a 30 de junho deste ano em Santa Cruz do Sul ficou abaixo do registrado no mesmo período do ano passado. Foram 5.590 novas vagas em 2019, contra as 6.571 do primeiro semestre de 2018. O resultado, quando comparado com o desempenho do mercado de trabalho dos últimos três anos, mostra estabilidade na oferta de vagas no município.
Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Brasil (Caged) e revelam que, dos principais segmentos, só o setor de serviços – além da indústria – manteve saldo positivo no primeiro semestre deste ano. “Isso mostra que o consumo segue ativo. O setor de serviços emprega quando o consumidor tem recursos para consumir”, avalia o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, César Cechinato.
Na outra ponta, o comércio registrou um desempenho negativo. Em 2018 (veja na tabela), o setor havia fechado o semestre com número positivo de vagas. Já neste ano, houve uma redução de 40 postos de trabalho. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Santa Cruz, Mauro Spode, explica que a euforia com o “feliz ano novo”, no início de 2019, acabou não se confirmando no comércio santa-cruzense, que se mantém estagnado no que se refere a crescimento em faturamento. “Mesmo com a inadimplência mais baixa, não tivemos o crescimento que se esperava. Estamos apostando no segundo semestre, muito por conta de novos empreendimentos que o município irá receber”, projeta.
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Seguindo o desempenho negativo está a construção civil. O número de empregos nos canteiros não decolou e fechou com 32 demissões a mais do que o saldo de admissões do início do ano.
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A indústria empregou menos
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Quando se olha apenas para as vagas geradas na indústria de transformação, o primeiro semestre fechou com 751 vagas a menos nas linhas de produção de Santa Cruz, também na comparação com 2018.
Conforme o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores na Indústria de Fumo e Afins (Fentifumo), Gualter Baptista Júnior, as empresas processadoras de tabaco contrataram menos safreiros neste ano. Segundo ele, a redução foi discreta e ainda depende do fim da safra para ser contabilizada, mas impacta de forma negativa no mercado. “Essa geração menor de vagas no setor prejudica toda a economia, pois com menos safreiros há menos recursos em movimentação no município”, explica.
Cechinato explica que outros segmentos industriais, como da linha de borrachas e metalurgia, acabaram gerando vagas no período. “Já os números do tabaco, que foram menores do que no ano passado, estão dentro da média dos últimos dois anos anteriores. Sempre é preciso avaliar com base no comportamento de períodos anteriores”, avalia.
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Fontes ligadas às processadoras de tabaco garantem que o cronograma de contratações de safreiros é praticamente o mesmo do ano passado, assim como o período de duração da safra. Parte dos empregados temporários chamada antes para o período de compras do tabaco foi contratada e dispensada. Outra parcela – destinada ao processamento de tabaco – segue empregada, com trabalho garantido até o mês de setembro, em média.
Confiança no segundo semestre
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Embora o volume de contratações nas indústrias de tabaco deva se reduzir gradativamente a partir de agora, com o fim da safra e o período de desligamento dos safreiros, a expectativa para os próximos seis meses de 2019 é boa.
No comércio, novos empreendimentos, como a instalação da megaloja da Havan e os empregos temporários de fim de ano, prometem elevar o número de contratações.
A construção civil deverá receber uma injeção de ânimo com os recursos para o financiamento habitacional. A Caixa Econômica Federal está com crédito e pretende fechar o ano com R$ 50 milhões em financiamentos em Santa Cruz.
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Já a indústria não tabagista está implementando novidades e tem planos de expansão. “A tendência é de crescimento sim, pois várias empresas estão com projetos de expansão, em fase de instalação ou licença. Este movimento irregular do primeiro semestre é típico do momento econômico atual, que ainda oscila entre crescimento e estagnação”, complementa Cechinato.
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