A adolescência e a juventude são períodos nos quais a convivência pública toma o lugar – ainda que não totalmente – das relações familiares.
São os novos grupos de relacionamento, experiências e descobertas. Uma ampliação das perspectivas pessoais, constituição do sujeito e aceitação social.
Entretanto e contrariamente, um número cada vez maior de jovens promove um estreitamento de suas relações e dos espaços passíveis de ocupação e circulação.
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Os mais frágeis e suscetíveis à competição e à violência desenvolvem formas de isolamento, gerando preocupações clínicas aos pais.
Trata-se de uma resposta racional e biológica ao “mundo” herdado, “um mundo” decadente, “um mundo” onde não é (mais) possível viver (mais).
Pesquisas confirmam o que já sabíamos na convivência do dia a dia, nas notícias de jornal, nas filas do desemprego, etc., isto é, a dificuldade de ascensão e mobilidade social.
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A mobilidade social – ascender (subir) de uma classe social para outra de nível/qualidade superior – está diretamente associada à questão educacional e ao (des)emprego.
Uma evidente incerteza recai sobre o futuro da juventude. O desemprego (não trabalho) provoca o que a sociologia denomina de “transversalidade”: a experiência com a polícia/trabalho/desemprego.
Somos uma sociedade gravemente doente. Criminalidade, violência e desorganização social são as evidências. Predominam a tensão, o medo e a insegurança.
Alimentamos conflitos e discriminações assentadas em classes sociais, em questões de gênero, raciais, religiosas, tocante à opção sexual, ao estilo, às idéias regionais, ao comportamento.
Inclusive, discriminamos as pessoas face ao seu local de moradia. Somos uma sociedade hipócrita. Muito competitiva e não solidária.
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Não é à toa que crescem seitas e religiões que oferecem aos jovens uma nova ideologia, uma espiritualidade, uma identidade, uma opção de inclusão social.
Édipo, personagem trágico do poeta grego Sófocles, deve salvar Tebas, uma cidade subjugada por uma esfinge (monstro mitológico) que ameaça o povo de fome e de peste.
Édipo teria que resolver um enigma proposto pela esfinge. Inseguro, pede ajuda ao adivinho e cego Tirésias.
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Tirésias diz a Édipo: “ – Os dois olhos que tens pouco adiantam, pois não vês a miséria que te cerca; em teus olhos, que pensas ver claro, contém uma treva irreversível.”
O precário presente e o imprevisível futuro da juventude são a nossa esfinge!
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