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Geoparque Vale do Rio Pardo quer obter certificação junto à Unesco

O projeto do Geoparque Vale do Rio Pardo está em andamento há quase dois anos e promete ser uma ação importante para destacar os potenciais turístico e científico da região. Desde sua concepção, a iniciativa apresentou avanços e se consolidou nas áreas de sustentabilidade ambiental e no campo educacional, com ênfase na paleontologia.

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Segundo o presidente da Associação de Turismo da Região do Vale do Rio Pardo (Aturvarp), Djalmar Marquardt, 66 anos, está sendo feito o levantamento de geossítios em áreas que englobam cerca de nove municípios. Além disso, pensa-se também na estrutura administrativa do geoparque. “Apresentamos a ideia aos prefeitos durante a Feira da Produção, em Vera Cruz. A próxima etapa é a formação de um consórcio intermunicipal que deve envolver municípios que compartilham a mesma formação geológica com fósseis.”

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O foco do Geoparque será a paleontologia, mas também deverá destacar a beleza natural da região. Conforme Marquardt, o projeto pretende seguir o exemplo de outros geoparques do Rio Grande do Sul que são certificados pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), como o Parque da Quarta Colônia, o Parque de Caçapava do Sul e o Cânion do Sul.

Marquardt destaca que se buscará a certificação da Unesco. “É um processo demorado e pode levar cerca de seis anos, semelhante ao tempo que outros parques levaram para obter a certificação.” Ele ressalta que a formação do consórcio permitirá a contratação de profissionais especializados para administrar o Geoparque e estabelecer convênios com cientistas e universidades.

A futura sede do Geoparque deve ser definida pelo consórcio, com as cidades de Candelária, Vale do Sol, Vera Cruz, Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires, Rio Pardo, Passo do Sobrado e Vale Verde inicialmente integrando o projeto. Há a possibilidade de outros municípios se juntarem à iniciativa.

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O presidente afirma que o Geoparque representará uma mudança de paradigma para o turismo na região, atraindo visitantes interessados em paleontologia e contribuindo para o desenvolvimento econômico local. “Estamos cientes de que haverá custos para administrar o projeto, mas estamos empenhados em buscar recursos de diversas fontes para tornar essa iniciativa uma realidade”, salienta.

Candelária mostra potencial na paleontologia

O Geoparque do Vale do Rio Pardo será uma oportunidade para a região mostrar os seus potenciais, como o município de Candelária, conhecido por ser a Terra dos Dinossauros, como explica o geólogo e mentor da ideia, Enoir Greiner, 68 anos. “É uma oportunidade para explorar e conhecer a história única da nossa região, que é rica em fósseis. Candelária é considerada o berço da pesquisa paleontológica no Estado, tornando-se um centro de referência para o estudo do período Triássico.”

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Atração: Museu de Candelária exibe 60 animais em exposição…
…como o fóssil de um rincossauro, que foi extraído no município

Segundo o geólogo, a ideia do Geoparque é colocar a região na rota internacional de turismo, atraindo estudantes e pesquisadores do mundo inteiro. Greiner ressalta que a presença de museus e geossítios nas cidades envolvidas fortalecerá o setor e promoverá a troca de conhecimento global. “O Geoparque vai permitir que cidades com museus e geossítios se conectem e se fortaleçam nesse setor, criando uma rede internacional de interesse paleontológico.”

O Museu Municipal de Candelária Aristides Carlos Rodrigues será uma peça fundamental no projeto, devido à importância histórica e científica da instituição. “Candelária tem 90 anos de dedicação à paleontologia. Durante essas décadas, mais de mil indivíduos foram retirados dos solos candelarienses, envolvendo 38 espécies de animais pré-históricos. Nosso museu exibe 60 animais em exposição, e recentemente recebemos esculturas que vão completar 25 réplicas desses animais”, explica o curador Carlos Rodrigues, 64 anos.

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Ele ressalta que o museu possui uma das mais completas coleções de fósseis do Brasil. “Nossos fósseis são de extrema importância e colocam o País em uma posição privilegiada no estudo do Triássico, um período que vai de 220 a 240 milhões de anos atrás. Esse período é crucial para entendermos a evolução dos dinossauros, dos répteis e de outros animais que deixaram descendentes até os mamíferos e as aves atuais.”

O Museu de Candelária funciona na Rua Botucaraí e está com espaço limitado. Conforme Carlos Rodrigues, o plano é de expansão. “Esperamos em algum momento ter um prédio próprio, com melhores condições para atender à demanda de grupos de turistas e visitantes internacionais.”

Para manter as atividades e realizar pesquisas, o museu conta com o apoio de diversas entidades e centros de educação, como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul  (Ufrgs), a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), a Universidade de Santa Cruz (Unisc), além de Unisinos, Univates e universidades internacionais, como as de Bristol e Varsóvia.

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Ricardo Gais

Natural de Quarta Linha Nova Baixa, interior de Santa Cruz do Sul, Ricardo Luís Gais tem 26 anos. Antes de trabalhar na cidade, ajudou na colheita do tabaco da família. Seu primeiro emprego foi como recepcionista no Soder Hotel (2016-2019). Depois atuou como repositor de supermercado no Super Alegria (2019-2020). Entrou no ramo da comunicação em 2020. Em 2021, recebeu o prêmio Adjori/RS de Jornalismo - Menção Honrosa terceiro lugar - na categoria reportagem. Desde março de 2023, atua como jornalista multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, em Santa Cruz. Ricardo concluiu o Ensino Médio na Escola Estadual Ernesto Alves de Oliveira (2016) e ingressou no curso de Jornalismo em 2017/02 na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Em 2022, migrou para o curso de Jornalismo EAD, no Centro Universitário Internacional (Uninter). A previsão de conclusão do curso é para o primeiro semestre de 2025.

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