O Pêndulo do Relógio e sua amiga D. História, a sábia velhota entediadíssima com mesmices e repetições desenxabidas – feliz da vida quando o rumo das coisas que provocam bocejos vira a página – não despregam os olhos do telão deles lá desde que o mundo é mundo.
Desta vez, curtindo os Jogos Olímpicos. Cujo encerramento será domingo, dia 21. Ao sabor do Rio de Janeiro e sua belíssima paisagem de tirar o fôlego de qualquer vivente. Coisa mais linda é a Cidade Maravilhosa do Samba do Avião, de Tom Jobim. Afinadíssima troca de nomenclatura do aeroporto internacional da terra do Corcovado: uma das maravilhas do planeta.
Toda vez que chego ao Rio, cantarolo a melodia do Maestro. Com mais intensidade em agosto, para espantar as lembranças de coisas tristes e dolorosas. Tiroteios na favela, ônibus apedrejado repleto de jornalistas; reviravoltas impensáveis em minha vida: o pesadelo se tornando realidade, aos 14 de agosto de 2015… Memória sofrida do massacre na Praça da Sé em 2004. No dia 19 de agosto. Também Festa do Ciclista, do Ator de Teatro e, com destaque, o Dia Mundial da Fotografia.
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Fomos tratar do lançamento do próximo livro. Ainda em 2016, se Deus quiser. Depois eu conto… E aproveitamos para dar um giro e rever os amigos.
Não sou das mais próximas de esportes. Confesso que meu interesse se revela na Copa do Mundo e agora, na Olimpíada. O que digo é corroborado pelos demoníacos quilinhos além do ideal, necessitados de exorcismo. Ritual mais difícil a cada virada do calendário para alguém como eu, que, contra o bom-senso, teima em continuar sedentária.
Também estou apaixonada pela Olimpíada. Incrível – de bater palmas de pé, as lágrimas molhando o rosto – a Abertura no Maracanã. O bom gosto, a inteligência, a criatividade brasileira, os cantores e bailarinos, os atletas e tudo o mais arrancaram aplausos de D. História e contribuíram para que o mano Pêndulo também chorasse de alegria.
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O Brasil tem tudo para erguer-se de vez do seu berço esplêndido. Seus filhos – quando querem – não fogem à luta. Tive orgulho de ser cidadã do Brasil. Conterrânea das judocas Rafaela Silva e Mayra Aguiar. Lembrei-me do samba Brasil pandeiro. “Brasil, sustentai vossos pandeiros, iluminai os terreiros que nós queremos sambar…”
Samba-profecia. “Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor… Eu fui à Penha pedir ao Padroeiro para me ajudar… Salve o Morro do Vintém, Pendura a saia eu quero ver… Eu quero ver o tio Sam tocar pandeiro para o mundo sambar…” E o mundo todo viu, minha gente. Sambou feliz no Maracanã, sustentado por sementes de esperança e as baterias nota 10 que sustentam a Marquês de Sapucaí.
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