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SAÚDE BUCAL

Gengivite atinge 90% da população; problema pode evoluir e causar perda de dentes

Foto: Freepik

O cuidado com a saúde bucal deve ser rotineiro: escovação, uso do fio dental e enxaguante bucal, quando indicado. Não ter essa atenção pode favorecer a gengivite.

Também conhecida como inflamação gengival, a gengivite é bastante frequente e pode ser facilmente identificada quando o indivíduo tem sangramento sem motivo aparente na gengiva, dores, alteração de cor na gengiva, mau hálito e até inchaço. Todos são indicativos de que algo não está bem.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% da população sofre com gengivite. E, em tempos de pandemia, é necessário dar ainda mais atenção à higiene bucal. A detecção do vírus Sars-Cov-2, que provoca a Covid-19, no tecido periodontal, ou na gengiva, pode contribuir para o agravamento do quadro de saúde do paciente em tratamento. O fluido gengival que compõe a saliva pode aumentar a chance de disseminação dessas bactérias, que podem ser inaladas e infectar os pulmões, principalmente entre os pacientes que utilizam aparelhos de ventilação.

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“A gengivite é a inflamação do tecido periodontal de proteção que pode evoluir para periodontite, atingindo os tecidos de sustentação que têm o potencial de fazer com que haja a perda dos dentes. Essa inflamação gera no organismo uma reação sistêmica que tem potencial de favorecer as doenças como diabetes, hipertensão, alterações cardiovasculares e pulmonares, como a asma, pneumonia e a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), assim como pode significar ou colaborar para um pior prognóstico do paciente em caso de Covid-19”, comenta Luciana Scaff Vianna, membro da Câmara Técnica de Periodontia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP).

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Também prevalente na saúde bucal é a retração gengival, que consiste na mudança de posição da gengiva por conta da perda dos tecidos de sustentação, causando a exposição da raiz do dente. Estima-se que metade da população do planeta com idade entre 18 e 65 anos apresente ao menos um dente com esse recuo. Outro dado que chama a atenção é que uma a cada três pessoas, com mais de 30 anos, apresenta ao menos dois dentes comprometidos pela retração. Os dados foram divulgados no Journal of Dentistry.

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“A recessão ou retração pode afetar uma ou várias faces dos dentes. Quando afeta a parte anterior pode comprometer a estética, pois é mais visível no sorriso e na fala. E quanto maior a extensão e número de faces atingidas, pior o prognóstico e tratamento. Além disso, a exposição das raízes pode causar sensibilidade, gerando prejuízo na alimentação e ainda maior risco de cáries nas raízes mais expostas”, frisa a cirurgiã-dentista. 

O tratamento da retração gengival dependerá da causa e da situação em que se encontra o tecido, podendo ser apenas controlado por meio da escovação ou raspagem subgengival, para a retirada do tártaro. Em alguns casos, quando a doença está mais avançada, é necessário fazer uma cirurgia para a reconstrução do tecido ou o preenchimento do volume gengival.

A recessão gengival e a gengivite, em suas fases iniciais, nem sempre são perceptíveis, por isso, é recomendável consultar um cirurgião-dentista periodicamente, para que o especialista possa indicar a melhor forma de controlar o problema. O diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento podem representar uma melhor eficiência no resultado, sem gerar grandes transtornos ao paciente.

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