No início desta semana, em General Câmara, a Emater/RS-Ascar coordenou um trabalho pioneiro e inédito na região. Em três localidades do interior do município foi coletado sangue de 233 equinos de 146 proprietários. De acordo com o veterinário da Emater/RS-Ascar do município, João Antônio Guahyba Neto, o objetivo foi realizar testes laboratoriais em Mormo e Anemia Infecciosa Equina. As coletas de sangue dos animais foram realizadas no Parque Municipal de Exposições Celestino da Rosa Neto, com a presença de 180 pessoas, após um encontro preparatório à Campanha Municipal Bimestral para Atestados de Mormo. As amostras foram enviadas para os testes em laboratório de outro estado.
“A partir dessa atividade, secretarias de agricultura de municípios vizinhos estão buscando informações para copiar a mobilização, gerada pela demanda da comunidade, que solicita providências urgentes para tornar viável economicamente, aos produtores rurais e rururbanos, a bimestralidade para atestados de mormo”, destaca Guahyba Neto.
A oonose é perigosa à saúde e à segurança pública humana e animal, por ser letal. A maioria dos criadores manifesta a inviabilidade ao pagamento bimestral deste atestado, que supre as exigências documentais necessárias à liberação da Guia de Trânsito Animal (GTA), sem a qual estarão expostos a onerosas multas estaduais. Além disso, a falta de atestado pode comprometer e causar prejuízos econômicos aos eventos públicos, culturais, tradicionais e turísticos.
Para a realização dos testes, a Prefeitura de General Câmara subsidiou 65% do custo de cada exame, que para cada cavalo seria de aproximadamente R$ 200,00. Assim, através de um trabalho integrado com o Conselho Municipal de Desenvolvimento Agropecuário (Comagro), Comissão de Agricultura da Câmara de Vereadores, Emater/RS-Ascar e Inspetoria Veterinária, cada proprietário pagou R$ 70,00 por exame/animal.
O Mormo ou lamparão é uma doença infectocontagiosa dos equídeos, causada pelo Burkholderia mallei, uma bactéria que atinge o sistema respiratório e que pode ser transmitida ao homem e também a outros animais. Manifesta-se por febre, secreções e lesões cutâneas, além de provocar um corrimento viscoso nas narinas e a presença de nódulos subcutâneos nas mucosas nasais, nos pulmões e nos gânglios linfáticos e causar pneumonia. Os animais contraem o mormo pelo contato com material infectante do doente: pus; secreção nasal; urina ou fezes.
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