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Geada transforma as paisagens da região e impressiona moradores do interior

Ao meio-dia desta terça-feira, 18, o gelo insistia em cobrir a grama às margens da estrada que leva a Alto Paredão, distante cerca de 52 quilômetros da área central de Santa Cruz do Sul. A imagem, que impressionava até mesmo quem está acostumado a enfrentar as variações do tempo no interior, foi uma mostra do maior frio registrado no inverno gaúcho desde a noite de domingo.

O dia gelado mudou a rotina das famílias, que precisaram reforçar os agasalhos antes de sair de casa. No campo, a vegetação estava branca e chamavam a atenção as lâminas de gelo que se formaram sobre açudes e permaneciam mesmo depois de o sol aparecer. “Fazia tempo que não se via algo assim”, disse o agricultor Vanício Mohr, 35 anos, preocupado com os riscos da geada sobre a plantação. 

No distrito de São Martinho, o termômetro marcou 2 graus abaixo de zero na casa da professora aposentada Odete Heck, 55 anos. Ela, que estava estranhando o fato de o frio não ter se manifestado com tanta intensidade até agora, ficou surpresa quando abriu a janela e viu que a grama estava coberta de geada. Outro susto foi na hora de abrir a torneira. “A água congelou nos canos”, contou, enquanto mostrava as plantas cobertas com panos e plásticos.

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Odete quase ficou sem chimarrão: a água congelou na torneira. Foto: Lula Helfer.

Mate, chá e pinhão para se aquecer

O inverno que demorou a se manifestar pede mais do que agasalhos pesados. Na luta contra o frio e para espantar as doenças típicas da estação, vale tudo. 

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O pintor Jair Wermuth, 44 anos, está entre os que gostam do inverno. Morador de Venâncio Aires, ontem ele trabalhava no interior de Santa Cruz do Sul. Depois de passar a noite na casa da mãe em São Martinho, acordou por volta das 5h50, vestiu calça grossa, jaqueta, luvas, touca e capacete para seguir de moto até o seu destino. “Tem que estar bem agasalhado sempre. Para me esquentar, gosto de tomar chá e, graças a isso, há pelo menos cinco anos não pego resfriado”, conta. 

Já o estudante Vitor Peise, 18 anos, também de São Martinho, tem outra dica. Ele, que todas as noites viaja cerca de 50 minutos até chegar na Unisc, gosta de pinhão preparado no fogão a lenha. “Com isso dá para se esquentar e encarar o frio.”


Geada pintou de branco a grama da praça em Gramado Xavier. Foto: Francieli Graff/ Divulgação.

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Gramado Xavier registra 4 graus negativos

Heloisa Corrêa
heloisa.correa@gazetadosul.com.br

Você já deve ter perdido as contas de quantas vezes ouviu a expressão “Ai, que frio!” nesta semana, não é? Não é para menos. A maioria dos municípios do Vale do Rio Pardo registrou ontem temperaturas negativas e as maiores geadas do ano até o momento. Em Gramado Xavier, moradores relataram que a temperatura baixou para 4 graus negativos às 7 horas e a água congelou nos canos.

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Mesmo com todo o frio da manhã de ontem, o pequeno Benjamin Raphael Luedtke, de 1 ano, filho de Marcos Aurélio e Jôse Andréia Luedtke, não resistiu à curiosidade e deu uma espiadinha na geada. Antes de ir para a escola, em Herveiras, andou sobre a grama congelada e imitou o barulho: “Crac, crac”. Por lá, os termômetros marcaram -3 graus às 7h30. Às 10h30, as marcas subiram para 2 graus. A temperatura mais baixa de todo o Brasil foi registrada na cidade de Bom Jardim da Serra, na serra de Santa Catarina: -7,4 graus.

O frio está sendo causado por uma gigantesca massa de ar polar. O centro do sistema, que é a região mais fria, vai estar sobre o Rio Grande do Sul pelo menos até sexta-feira. Por isso, os gaúchos ainda vão sentir os efeitos até o domingo. A partir de então, as temperaturas começam a aumentar, gradativamente. Não há previsão de chuva, e o sol deve predominar. E aqueles que odeiam o frio, no entanto, podem se alegrar. Apesar de as temperaturas baixas continuarem até agosto, é pouco provável que outra onda de frio tão intensa passe pelo Estado até o fim do ano. 

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