Gazeta foi conferir ‘Eternos’, novo filme da Marvel

Uma das grandes apostas da indústria do cinema para 2021 finalmente chegou às telas no Brasil. E, cá entre nós, não é qualquer produção: envolve nada menos do que o timaço dos super-heróis da Marvel agrupado sob a denominação de Eternos. É um eclético, diverso e altamente sofisticado grupo de seres com poderes individuais especializados, cuja presença no planeta Terra é um enigma para todos, e na verdade até para eles próprios. Como era de esperar, um show de fotografia e de efeitos visuais aguarda pelo espectador, ainda mais para quem fizer a opção de assistir em 3D.

E a Marvel efetivamente não teria aportado US$ 200 milhões a essa produção se ela não viesse cercada de uma forte convicção de retorno em bilheteria. Os créditos finais sinalizam para a equipe envolvida no projeto: são tantos profissionais (milhares), nos diversos estúdios e sets montados ao redor do mundo, que rendem quase um curta-metragem à parte. Aliás, desde já uma dica fundamental: para os mais apressadinhos, convém não levantar da poltrona e sair da sala tão logo os créditos surjam na tela, porque… não, não acaba ali. Há um adendo final que pode ser indicativo de muita coisa importante. E, se não fosse por outra coisa, seria para curtir com toda a calma o final, depois de tanto deslumbre e de tanta ação.

O enredo tende a ser familiar aos fãs da Marvel. Os Eternos são um grupo radicado no planeta Terra há mais de 7 mil anos, e que daqui se reporta a um ser superior, situado em algum outro ponto do universo, com o qual se comunicam por intermédio de sua líder, Ajak (papel de Salma Hayek). Em sua permanência na Terra, eles assumiram formas humanas, e são marcados pela diversidade, contemplando as fisionomias das inúmeras raças humanas. E, uma vez que resistem ao tempo, imutáveis (mas não imortais, como se verá), têm de assistir impassíveis à ação dos humanos, que evoluem em tecnologias e conhecimento na exata medida em que se agridem e ameaçam a própria subsistência.

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Os grandes inimigos dos Eternos são os Deviantes, uma raça de monstros que os perseguem. Os super-heróis acreditavam ter definitivamente eliminado o perigo, o que lhes permite espalhar-se em diferentes lugares e viver uma rotina tranquila. Até que, nos dias atuais, em Londres, onde uma delas, Sersi (papel de Gemma Chan), se encontra, Deviantes voltam a atacar, e com novas habilidades.

Diante disso, os integrantes procuram se reagrupar e se aconselhar com Ajak. O quadro se complica quando esta é encontrada morta. E a liderança é transferida para Sersi, que tivera um romance com um dos mais poderosos integrantes do grupo, Ikaris (Richard Madden). Como Sersi descobrirá, já não será necessário apenas lutar contra os Deviantes; tão grave e urgente parece ser resolver uma questão interna no próprio time, algo que, no final das contas, coloca em xeque a humanidade e o ecossistema.

Ao lado da diversidade, outros aspectos essencialmente humanos são encenados, a exemplo da ganância, da corrupção, do extremo individualismo e, especialmente, da dilapidação e degradação ambiental do planeta. A conclusão a que se chega é que a essa altura nem super-herói Eterno sobrevive na face da Terra, que dirá um frágil ser mortal. Isso explica até por que personagens como Thena, papel do rosto talvez mais conhecido do elenco, Angelina Jolie, vive um drama pessoal, entre um surto e outro, lutando para preservar uma memória. Se nem os Eternos parecem durar para sempre, o que restará aos humanos, esses que figuram como pano de fundo, o tempo todo, nas cenas do filme?

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