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Gazeta da Serra: 38 anos contando histórias que você ajuda a escrever

Há quase quatro décadas, folhas de um papel em especial guardam registros da história de Sobradinho e região. Essa trajetória, iniciada um tempo antes sendo Paladino Serrano e, por um curto período Jornal da Serra, tornou-se oficialmente Gazeta da Serra em 4 de abril, completando em 2022 seus 38 anos. Foi em 1984 que a Gazeta Grupo de Comunicações, situada em Santa Cruz do Sul, adquiriu o semanário ativo na localidade e estendeu sua atuação para o Centro Serra.

De lá para cá, muitos fatos tornaram-se matérias do jornal Gazeta da Serra. Outros tantos acontecimentos e datas marcantes ganharam páginas de reportagens especiais. Fotos, antes em preto e branco, ganharam cor; o visual se transformou; mas a essência de informar a população local e estampar suas conquistas, desafios e progressos, permaneceu.

Assim como o jornal guarda e conta muitas histórias, você, caro(a) leitor(a), também deve ter uma passagem que o ligue à Gazeta da Serra, ou então uma notícia que tenha lido nas páginas do semanário e guarde como recordação ano após ano. O motivo de existirmos tem base na sua vida, que faz parte de uma comunidade, na qual estamos também inseridos desde aquele 1984. A gente se acompanha e faz companhia toda semana.

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Gazeta da Serra: a tradição da sexta-feira

É assim para o assinante Arnildo Brandt. Um jovem senhor, de 91 anos, que com simpatia nos recebeu em sua casa, ao lado da esposa Victoria De Bona Brandt, 86 anos, e de uma das filhas, Ivanete. Nascido em 1931, na Costa do Rio, onde hoje localiza-se a barragem de Dona Francisca, foi agricultor, fabricante de cachaça de alambique, de peças de carroça, e mantém-se até hoje como marceneiro e artesão. Juntos há 65 anos, somam-se três filhos, cinco netos e três bisnetos.

Arnildo e Victoria

Sua ligação com o jornal impresso vem desde o Paladino Serrano, quando residia em Linha Araçá, hoje interior de Lagoa Bonita do Sul, e recebia o semanário pelo ônibus que realizava aquela linha. Há 30 anos vivendo no Bairro Rio Branco, em Sobradinho, toda sexta-feira o primeiro compromisso do dia é buscar a Gazeta da Serra na caixinha de correio afixada em seu portão. Apesar de não ter estudado muito, a leitura foi possível aprender e, mesmo com a dificuldade de visão, imposta pela chegada da idade, ele faz questão de ler as notícias e comentar com seus familiares. “Acho que sou um dos assinantes mais antigos, desde a época do Paladino. Podia me aposentar até por isso aí, né”, brincou seu Arnildo. Vez ou outra os jornais também são buscados por ele onde ficam guardados para relembrar algum assunto. “Continuamos lendo e renovando a assinatura todo ano. Leio sobre tudo”, destaca o aposentado, que gosta de se manter atualizado.

Aos 91 anos, seu Arnildo mantém-se ativos com a produção artesanal

De entregador a auxiliar de repórter

São muitas as pessoas que fazem parte da história da Gazeta da Serra. E que deixaram suas marcas. Entre elas, o sobradinhense Gederson Fetzer, mais conhecido como Geder, que chegou à Gazeta em 1988. Sua passagem pela empresa foi de aproximadamente 5 anos. Tempo suficiente para ter experiências as mais diversas e viver aventuras em busca das notícias. À época com 20 anos de idade, o jovem ingressou na Gazeta para trabalhar como distribuidor do jornal, mas não demorou muito para que assumisse outras funções. “Passei a fazer assinaturas, anúncios e matérias com o jornalista Valacir Cremonese. A escrita das notícias aprendi com ele. Ele corrigia, revisava, datilografava os textos e sempre perguntava o que achávamos da versão final”, salienta.

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Entre as tantas recordações que o marcam até hoje, estão as coberturas na área policial. Desde aquele período já auxiliava em remoções de vítimas em acidentes, atividade que continua exercendo hoje, como bombeiro voluntário.

Geder Fetzer com arquivo de uma das edições que ajudou a produzir

Quando alguns dos atuais municípios da região emanciparam-se de Sobradinho, Fetzer recorda-se da distribuição do jornal ganhar novas páginas específicas. “Vivíamos aventuras. Era bem bom. No início não tínhamos gravador, mas depois conseguimos um que gravava em fitas cassetes pequenas, então, às vezes, o Valacir nos passava as questões e íamos para as diferentes localidades auxiliar ele na produção das entrevistas”, recorda-se.

Naquele período as máquinas de escrever ainda não eram digitais, os computadores como temos hoje. Então, após datilografar, o material era levado até Santa Cruz do Sul, de ônibus, onde fica até hoje a gráfica da Gazeta, para ser montado o jornal e ir para impressão. “As melhores câmeras eram as Olympus, de ferro, pesadas. Era tudo preto e branco. Hoje o celular se tornou câmera”, acrescenta Geder.

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Brasília da Gazeta da Serra percorria as diferentes localidades da região. Automóvel, que tem Geder ao lado, foi customizado com logomarca na oficina de seu pai

Uma das ideias de Fetzer para as propagandas foi a de inverter de ponta-cabeça algumas propagandas, para chamar atenção. “Quando viam, as pessoas ligavam para o telefone convencional da empresa anunciante para avisar, mas era feito proposital, para ser chamativo”, relembra com bom humor. “A experiência no jornal Gazeta da Serra foi ótima”, enfatiza.

Bolo para comemorar o aniversário neste 4 de abril, durante a programação da Rádio Gazeta Sobradinho

Uma parceria muito especial

Quem também enaltece o aniversário de 38 anos do jornal é o gestor de Conteúdo Multimídia da Gazeta Grupo de Comunicações, Romar Rudolfo Beling, que aliás integra o time de colunistas da Gazeta da Serra há quase nove anos, assinando, ao longo desse tempo, a seção “Leituras de Mundo” em todas as edições. Ao final da década de 1980 e no início da década de 1990, em mais de uma ocasião, Romar inclusive foi jornalista e editor da equipe da Gazeta da Serra, na condição de interino em eventuais saídas de algum dos editores.

“Tenho um respeito e um carinho imensos pela Gazeta da Serra, pelo papel que ela cumpre, já há quase quatro décadas, para toda a região Centro-Serra. Quem o lê e acompanha a trajetória do jornal ao longo desse tempo sabe que ela registrou a história e a memória regional, e isso é muito valioso em um tempo em que a memória anda tão dispersa e tão fragilizada”, frisa. “Hoje tudo se perde e tudo se apaga em questão de dias, semanas ou meses, e um repositório das histórias e das pessoas de uma região tende a ser cada vez mais uma riqueza imensa para as atuais e as próximas gerações”.

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Por isso, conforme Beling, a comunidade deve sempre zelar e sempre prestigiar o jornal, porque ele acaba sendo a garantia de um espaço no qual, em cada momento, pesquisar e relembrar tudo o que de fato aconteceu. Beling parabeniza a Gazeta da Serra pelos seus 38 anos e enfatiza que cada edição é feita por uma equipe de jornalismo atenta e muito profissional, que interage com a comunidade constantemente, também com a Rádio Gazeta FM 98,1 e com o Portal Gaz Centro-Serra.

“A força de um jornal é sempre o espelho e o retrato da força de uma comunidade. É onde ela se mostra e ela expõe seus méritos, suas aspirações, suas demandas e suas conquistas. Hoje, seria impossível pensar e conhecer o Centro-Serra sem que a Gazeta da Serra estivesse ali para divulgar e salientar sua rotina. Essa parceria entre a Gazeta da Serra e a comunidade do Centro-Serra é muito, muito especial”, refere.

Romar Beling

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Nathana Redin

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