A história é pródiga em casos em que grandes inventos e descobertas foram concebidos sob olhares incrédulos. “Isso é loucura”, “não pode dar certo”, “só um doido pra fazer isso!” são expressões que costumam ouvir aqueles que têm ideias originais ou “fora da caixa”.
Atualmente esta reação de incredulidade é rotina para os bravos empresários que teimam em investir no “jornal de papel”, aquele que é impresso. Hoje, a nossa Gazeta do Sul – um patrimônio da comunicação brasileira – completa 79 anos de atividade. Um feito digno de comemoração, orgulho e reflexões.
Leitores e assinantes não imaginam os desafios para produzir uma edição. Para começar, os custos são estratosféricos. Os principais insumos – como tinta, papel e chapas para impressão – são cotados em dólar. Imagine, prezado leitor/leitora, as dificuldades para elaborar todo começo de ano o planejamento financeiro, levando em conta as oscilações diárias da moeda norte-americana que regula o comércio internacional.
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Fazer “jornal de papel” tem outro complicador: a logística. São infindáveis os obstáculos para trazer o exemplar no endereço de cada assinante. São centenas de rotas, caminhos e atalhos a cada edição. E com um detalhe: coberto de razão, o leitor exige que o jornal chegue cedo, em condições de leitura. Não importa se for debaixo de chuva, ciclones, estiagem ou granizo.
Em mais de 40 anos de carreira, trabalhei pouco tempo em emissoras de rádio e jamais em tevê. Sou, no linguajar da comunicação, o que se chama de “canetinha”, profissional especializado em trabalhar em jornal.
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Nesse contexto histórico, guardo no coração e na alma inesquecíveis lembranças da Gazeta, uma família de amigos que me acolheu entre os anos de 1983 e 1985, quando estava no final da faculdade de Comunicação na Unisinos, em São Leopoldo.
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Cheguei a Santa Cruz do Sul a partir de uma entrevista de emprego com o saudoso mestre Guido Kuhn. Com sua paciência e generosidade peculiares, ele legou segredos profissionais valiosos para minha experiência inolvidável nesta terra.
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Fiz muitos amigos. Gente que até hoje desperta recordações incríveis a cada contato, seja pessoal, pelo WhatsApp ou na leitura de conteúdos online do jornal. Por generosidade, disponho deste das sextas-feiras para conversar com os leitores, numa cumplicidade semanal a partir de temas que despertem atenção.
A partir de hoje, a Gazeta do Sul inicia as comemorações de seus 80 anos. Oito décadas! Marca para poucos. É uma jornada repleta de desafios, dificuldades e conquistas. Incontáveis vidas humanas forjadas em uníssono com a trajetória do jornal, um porta-voz legítimo de uma das regiões mais relevantes do Rio Grande do Sul. Parabéns à direção, colaboradores, anunciantes, leitores e assinantes. A festa é de todos nós!
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