A Gazeta de Santa Cruz, que mais tarde passou a se chamar Gazeta do Sul, surgiu em uma época de significativas transformações no cenário geopolítico global. Em Santa Cruz do Sul, no ano de 1945, a comunidade começava a ver a pavimentação chegar às ruas, o que proporcionou uma grande mudança em termos de infraestrutura e saneamento básico. Indústrias investiam em melhorias e novos processos, sobretudo no ramo fumageiro. O poder público, por sua vez, identificava as necessidades urgentes e apresentava as contrapartidas. No Brasil, o Estado Novo, instituído por Getúlio Vargas em 1937, começava a perder força. Mundialmente, o fato que entrou para a história é o fim da Segunda Guerra Mundial.
Ao noticiar esses e tantos outros acontecimentos em um tempo no qual as tecnologias na área das comunicações eram escassas, a Gazeta precisou inovar em diferentes momentos. Acompanhando as transformações daquele período, os pioneiros enfrentaram muitos desafios. Um dos mais marcantes se deu antes mesmo de o jornal circular. A fundação da Editora Santa Cruz Ltda., que seria responsável pela produção da Gazeta de Santa Cruz, teve como parceiros Willy Carlos Froehlich, Leopoldo Morsch, Francisco J. Frantz, Bruno Agnes Arthur Carlos Kliemann, Rolph Bartholomay, Erny F. Ludwig e Ricardo Scherer. Mas para que o jornal pudesse circular, era necessário registrá-lo no Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) – órgão que controlava a imprensa no governo de Getúlio Vargas – e na Associação Riograndense de Imprensa (ARI).
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Poucos dias antes do lançamento do jornal, em 17 de janeiro de 1945, o advogado Rolph Bartholomay, que havia sido escolhido para ser o redator, precisou ir às pressas até Porto Alegre para cuidar da parte burocrática, que era indispensável. Na época, havia uma linha aérea operada pela extinta Varig, que duas vezes por semana vinha de Cruz Alta, fazia escala em Santa Cruz e seguia para a Capital. Ele então embarcou e foi em busca da inscrição, que foi efetivada em poucas horas. Isso permitiu a veiculação da primeira edição, que deveria ser toda em português, pois a guerra continuava.
Superado esse momento, a Gazeta de Santa Cruz estava nas ruas em 26 de janeiro de 1945. Nas décadas que se seguiram, muitos outros episódios foram vivenciados pelas equipes encarregadas da gestão e também da produção de conteúdo, que acabaram por contribuir para a solidificação da marca e o lançamento de novos produtos e serviços, consolidando a Gazeta Grupo de Comunicações, hoje composta por Gazeta do Sul, Gazeta da Serra, Portal Gaz, Editora Gazeta, um pool de cinco emissoras de rádio (três em Santa Cruz, uma em Sobradinho e outra em Rio Pardo), a Gráfica da Gazeta e a Fundação Jornalista Francisco José Frantz.
Ao completar 77 anos, toda a trajetória e a experiência servem de inspiração para ações futuras nas demais plataformas, explica o gestor de conteúdo multimídia, Romar Rudolfo Beling. “É incontornável que a nossa equipe, em todas as áreas, hoje se inspire nesse riquíssimo passado para, a partir dele, construir a relação de parceria diária com toda a comunidade regional, projetando as suas conquistas e demandas para o Estado, o País e o mundo”, frisa.
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Essas estratégias estão em sintonia com as novas demandas do público, que, mais do que nunca, tem recorrido a veículos com tradição e credibilidade em busca de informações. “A comunidade de Santa Cruz do Sul e da região sempre soube que tem na Gazeta pronta acolhida para suas aspirações. E, por isso, como diz o nosso slogan, agora e no futuro, a Gazeta reafirma para a comunidade: conta comigo!”
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A dinâmica do universo contemporâneo da comunicação social exige que todos nesse setor, empresas e profissionais, estejam o tempo todo se atualizando, e receptivos ao novo. A Gazeta, por englobar as mais diversas plataformas de interação com o público, busca desenvolver e implementar sempre novas formas de se comunicar, de estreitar laços e dar retorno em satisfação e resultados para seus leitores e parceiros de marketing e publicidade. Entre as novidades está um fortalecimento efetivo na relação e no retorno para assinantes das diferentes versões do jornal e do Portal Gaz, bem como novos quadros e novas seções em todas as plataformas (jornal, portal de notícias e rádios), explorando textos, áudios, fotos e vídeos, em comunicação direta, instantânea e prolongada com o público de cada uma dessas mídias. Várias novidades estão programadas para implementação ao longo de 2022, com boas surpresas para a comunidade.
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O jornal Kolonie, editado em língua alemã, deixou de circular em função de restrições impostas devido à Segunda Guerra Mundial. O periódico existia desde janeiro de 1891.
Um grupo local começa a se articular para que o município volte a contar com um jornal. As reuniões acontecem na sede da Associação do Comércio, Indústria e Agricultura, que funcionava junto do Escritório Soteca. Entre os pioneiros estava Francisco Frantz, que permaneceu na direção da empresa até sua morte em 1981.
A primeira edição da Gazeta de Santa Cruz chega aos leitores no dia 26 de janeiro. Nos primeiros meses, o jornal circulou semanalmente. A partir de dezembro do mesmo ano, passou a sair duas vezes por semana. A edição foi impressa em uma gráfica que ficava na Rua Ramiro Barcelos, a poucos metros do prédio onde hoje está a sede da Gazeta Grupo de Comunicações.
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Chegam as primeiras impressoras para equipar a tipografia onde a então Gazeta de Santa Cruz era produzida. No mesmo ano, Francisco Frantz assume a direção da empresa.
A Gazeta passa a circular três vezes por semana, ampliando a cobertura jornalística. Com impressão própria e mais uma máquina linotipo e uma impressora que já deixava o jornal dobrado, a empresa estava cada vez mais estruturada.
A sede da empresa é transferida para o atual endereço e a troca de nome para Gazeta do Sul ocorre a partir de 3 de janeiro. A circulação passa para quatro vezes na semana – terças, quartas, quintas-feiras e sábados. A cobertura jornalística se torna regionalizada, e o noticiário nacional e internacional recebe maior destaque.
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Em um novo ciclo de investimentos, a Gazeta do Sul adquiriu a rotativa offset, que representou um significativo avanço gráfico na época, qualificando a aparência do jornal.
A informatização dos processos avança agilizando a produção do conteúdo. A Gazeta do Sul passa a ter edições de terça a sábado e consolida-se como o jornal de maior tiragem na região.
A Gazeta passa a circular também às segundas-feiras e amplia a cobertura regional.
As edições passam a ser impressas em cor. Com os ajustes na parte gráfica, a capacidade de produção cresceu, atingindo a capacidade de 16 mil unidades por hora. Chega a primeira câmera fotográfica digital.
Em 9 de novembro é lançado o Portal Gaz, que se tornou líder de audiência na sua área de abrangência. Por mês, são 5 milhões de acessos com 514 mil usuários únicos.
O novo parque gráfico da Gazeta do Sul, com 1,1 mil metros quadrados, entra em funcionamento. Hoje, além da Gazeta, dezenas de outros títulos de diferentes regiões do Rio Grande do Sul são impressos no local.
A Gazeta Grupo de Comunicações conclui o processo de integração das redações do jornal impresso, Portal Gaz, rádio e Editora Gazeta. Além do novo arranjo físico, a redação passou a contar com novos equipamentos que permitiram diversificar as produções, entregando textos, áudios e vídeos em um sistema multiplataforma.
No ano marcado pela fase mais aguda da pandemia do coronavírus, a Gazeta do Sul manteve a circulação ininterrupta e ainda intensificou a produção jornalística, ajudando a esclarecer acerca dos principais assuntos relacionados à crise sanitária. Entrevistas com algumas das principais autoridades em saúde se tornaram parte do noticiário.
Ações como as Sacolas do Bem, Palco do Saber e Projeto Repensar seguem em andamento, contemplando estudantes e a comunidade em geral. No final do ano é lançado o manifesto institucional com o slogan Conta Comigo, que sintetiza tudo aquilo que a Gazeta representa para Santa Cruz do Sul e região.
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EXPEDIENTE
Edição: Dejair Machado
Textos: Dejair Machado e Romar Beling
Fotos: Acervo Gazeta do Sul
Diagramação: Derli Gonçalves
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