No Brasil, há uma grande tendência a se ler autores estrangeiros. Um levantamento da Nielsen Book Data mostra que, dos 20 livros mais vendidos no país em 2022, apenas um deles é de um autor nacional. Quando olhamos para a preferência por autores gaúchos, a procura às vezes é ainda menor. Por isso, o Portal Gaz foi à Feira do Livro de Santa Cruz do Sul para encontrar obras de escritores do Rio Grande do Sul. Aqui selecionamos 7 livros imperdíveis produzidos por autores do nosso próprio Estado – mas muitos outros podem ser encontrados na feira.
Sinopse: cúmplice dos mais devastadores segredos, acolhedora, mas também implacável, palco da infância e da vida adulta, florida e lúgubre, esta é a casa dos Sampaio de Alcântara, onde cresceram as irmãs Olga, Clotilde, Maria Eulália e Ana Rita. Para além do laço que as une está a adolescente Elisa, filha de Olga, única descendente das quatro; a próxima geração, que não nasceu na casa mas que tem sua vida ligada à ela. São de Elisa as anotações para um romance que está sendo escrito enquanto a vida acontece. Cabe a ela o desfecho desta história. Tendo como pano de fundo a ditadura militar brasileira, este romance contado a três vozes é uma leitura apaixonante
Anna Mariano é porto-alegrense de nascimento, mas passou a maior parte da infância no interior de São Borja. Entre suas obras, estão tanto livros de poemas, como “Olhos de cadela”, de 2006, quanto romances, como “Atado de ervas”, de 2011. Já o livro “Pra amanhecer ontem”, publicado em 2017, é reflexo de um período em que a autora pesquisou sobre a década de 70. Portanto, a ditadura militar é um elemento que se faz bastante presente ao longo da trama, que alterna entre diferentes narradoras, em um livro considerado essencialmente feminino.
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Sinopse: uma mistura de tradicionais contos da cultura gaúcha com histórias de pessoas comuns, traçadas no papel pelas mãos e mente de Severino Rudes dos Santos Moreira. É com este conceito que a obra literária da Campanha gaúcha, Sob a Luz do Lampião, reúne 20 histórias, divididas em capítulos.
Obra editada pela própria Martins Livreiro, Sob a Luz do Lampião reúne histórias baseadas na cultura da região da Campanha gaúcha. O autor Severino Rudes Moreira é eletrotécnico aposentado e começou a escrever livros de causos e ditados gauchescos baseados nas histórias de sua infância, no município de Santana da Boa Vista. Segundo o próprio escritor, os causos são em maior parte verídicos, mas com alterações de sua autoria. Esta obra em específico, lançada em 2013, começou a ser produzida em 2009, quando o autor sofreu um acidente e teve que passar seis meses se recuperando.
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Sinopse: o fotógrafo Ita Kirsch e a produtora Simone Blauth, ambos gaúchos, redescobrem o Rio Grande do Sul através de uma expedição fotográfica que teve como objetivo retratar o Estado através de dois temas básicos: a terra e a gente desta região no extremo sul do Brasil. Durante mais de um ano a dupla percorreu milhares de quilômetros e montou um acervo com 12 mil cromos 35mm. Nesta aventura por estes pagos com quatro estações bem definidas, viajaram por bosques de araucárias, cânions abruptos, planícies costeiras, serras, banhados, extensas lagoas salinas e pampa gaúcho, que alguns dizem ser um imenso céu às avessas, recoberto de grama, que pode ser tudo, menos aquele Brasil que temos no imaginário.
O livro Visões do Rio Grande mostra o resultado de uma jornada que visitou diferentes regiões do Estado em diferentes épocas do ano, trazendo uma coletânea de fotografias e finalizada com textos de Eduardo Bueno. A dupla de fotógrafos, Ita Kirsch e Simone “Bala” Blauth, é natural de Novo Hamburgo e trabalha em conjunto há anos, assim lançando cinco livros em conjunto. O foco de sua obra são as fotografias da natureza, de paisagens e de populações tradicionais, que os levou a exposições em todo o Brasil e na Alemanha.
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Sinopse: a Editora Gaúcha traz mais uma história que faz parte da coleção Era uma vez no Reino Grande do Sul. No conto “Piá de madeira” temos a adaptação do clássico infantil Pinóquio, com uma linguagem bem característica do Rio Grande do Sul. Nesta história, que se passa lá nas bandas de Arroio do Sal, conhecemos Piá de Madeira, um boneco que sonha em se tornar um guri de verdade. Ele foi criado pelo Gringo Gepeto, ganhando vida com a ajuda da Prenda Azul, uma fada madrinha muito da buenacha. Em meio a baitas enrascadas, e com a companhia de seu conselheiro, o Grilo Trovador, este piá irá aprender a distinguir o certo do errado e verá que o amor é o que torna este piá, um guri de verdade.
E se os contos de fadas e outros clássicos da literatura infantil fossem adaptados para a cultura rio-grandense? Essa foi a ideia da Editora Gaúcha, que trouxe diversas obras na coleção “Era uma vez no Reino Grande do Sul”. Voltada ao público infantil, “Um Piá de Madeira” tem ilustrações de Jader Corrêa e autoria de R. S. Keller e Amanda Costa. Keller, que nasceu em Cachoeira do Sul e é formado em Ciências da Computação pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), é um dos idealizadores da coleção, que ainda traz títulos como “Xiruzinho de Chumbo”, “Palinha Vermelho” e “A Pilcha Nova do Patrão”.
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Sinopse: por muito tempo acreditei que a fórmula da felicidade estava no triângulo amor-saúde-dinheiro. Acredito, ainda, que ter o coração preenchido, o corpo funcionando 100% e um saldo decente no banco alivia à beça as dores do mundo. Se você não está só, não está doente e não está duro, vai se angustiar por quê? Você não está só, não está doente e não está duro, porém jamais conseguiu ir ao cinema sozinho, ou viajar sozinho, ou dar uma caminhada sozinho. Amor, saúde e dinheiro persistem como a tríade dos sonhos, mas o século XXI está colocando na prateleira um kit suplementar: independência, autoestima e bom humor. Adquira-o. A felicidade não depende só do cumprimento de metas vitais, mas também de atitudes mundanas.
Uma das principais cronistas do Rio Grande do Sul, a porto-alegrense Martha Medeiros assinou colunas em jornais como Zero Hora e O Globo e possui mais de 30 livros publicados, crônicas, romances, poesias e outros. A obra escolhida, “Trem-bala”, foi publicada em 1999 e chegou a ser adaptada para o teatro. São mais de 100 textos, com um estilo direto, claro e profundo. Inclusive, por se tratar de diversos textos curtos, é ideal para quem deseja manter o hábito da leitura, mas não tem tempo.
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Sinopse: Falero nos leva direto ao supermercado Fênix, na região central de Porto Alegre. É ali que trabalham Pedro e Marques, dupla que aos poucos veste a carapuça de um Dom Quixote e de um Sancho Pança amotinados. Moradores de “vila”, eles invertem o jogo mesmo que as consequências sejam graves. “Preciso dar um jeito de experimentar as coisa que faz a existência valer a pena, e não vai ser trabalhando que eu vou conseguir isso.” Os dois conhecem pessoas que traficam na periferia onde moram, por isso insistem em se manter na legalidade. Mas, diante de uma “seca” de maconha devido ao desinteresse dos traficantes em comercializá-la, e já cansados da exploração do trabalho, os dois amigos decidem entrar para o tráfico. É a única opção para melhorar de vida. E também uma recusa à desumanização do trabalho assalariado. Uma recusa a todo o processo de exploração.
Publicado em 2020, “Os Supridores” é o primeiro romance de José Falero, autor porto-alegrense nascido em 1987. Sua primeira obra lançada foi uma coletânea de contos, denominada “Vila Sapo”. “Os Supridores” é um livro das periferias de Porto Alegre, onde o autor passou a maior parte de sua vida. Assim, o escritor coloca elementos de sua própria vida no livro, como a precariedade do trabalho e as dificuldades na educação. A obra recebeu ampla aceitação da crítica, visto que chegou a ser finalista no Prêmio Jabuti em 2021, na categoria romance.
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Sinopse: são histórias e estórias de moradores destas picadas ou linhas, assim também conhecidas, que se esparramam nas linhas escritas, para deleitarem a todos na leitura e se perpetuarem no tempo, como vivas lembranças que dizem do que foi, do que é e poderá vir a ser uma comunidade já ordeira e feliz, ou ao menos para tal direção sempre se conduz, ainda que se anteponha a cruz. São, de modo geral, enfoques mais leves, pitorescos e não poucas vezes hilários, mas que revelam muito dos personagens normalmente mais observados e identificados pela sisudez, pela seriedade, pela introspecção. Desta forma, ao fazer conhecer melhor a gente que moldou a essência da sociedade em que vivemos nesta bela região de Santa Cruz, a obra se propõe a prestar uma homenagem aos imigrantes, a seus descendentes e, desta forma, a toda a população que se formou, integrando várias etnias, numa só comunidade, grandiosa e radiante. A expectativa é de que, na sua maior divulgação e conhecimento, seus mais nobres valores possam continuar sobressaindo e brilhando, na contínua abertura de caminhos iluminados pela luz das pessoas, que de fato fazem a história acontecer.
O jornalista da Gazeta Grupo de Comunicações e integrante da Academia de Letras de Santa Cruz do Sul, Benno Bernardo Kist, homenageia a seus pais nesta obra publicada em 2019. As crônicas, que homenageiam os 170 anos de imigração germânica em Santa Cruz do Sul, contam histórias típicas do interior da região, inspirados na infância do autor em Monte Alverne. Assim, em publicação da Editora Gazeta, que também lançou os outros três livros de Kist, são enfatizados diversos fatos marcantes desses 170 anos de história.
Ao longo desta semana, o Portal Gaz visita a Feira do Livro de Santa Cruz do Sul para conferir os principais destaques e traz indicações das mais diversas. Acompanhe também conteúdos relacionados no Instagram (@portalgaz)!
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