No inverno, muitas pessoas procuram se proteger das temperaturas mais baixas em casa e, se possível, perto do fogão a lenha ou da lareira. A estação é um grande incentivo para o consumo de pinhão, alimento saboroso e de alto valor nutricional, cuja colheita começou em abril e segue até julho. Contudo, a diminuição da oferta do produto tem causado o aumento no preço.
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Em pesquisa nos principais supermercados de Santa Cruz do Sul, a média fica em torno de R$ 16,00 o quilo, enquanto o preço pago ao produtor é a metade, segundo a Emater/RS-Ascar. Na regional da Emater de Soledade, que engloba parte do Vale do Rio Pardo e região Centro-Serra, os principais produtores de pinhão são Fontoura Xavier e Passa Sete. São José do Herval, Soledade, Santa Cruz do Sul, Boqueirão do Leão, Gramado Xavier, Sobradinho e Lagoa Bonita do Sul também têm desempenho expressivo. Mas, conforme o assistente técnico regional da Emater, Vivairo Zago, esses municípios apresentaram queda na produção de pinhões nos últimos três anos.
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No passado, Fontoura Xavier alcançava uma produção de 80 toneladas por ano. Em 2023, o total não deve ultrapassar 60 toneladas. Segundo maior produtor na Regional de Soledade da Emater, Passa Sete chegou a reduzir a sua tradicional festa do pinhão neste ano, a Fepinhão, de três dias para apenas um, em virtude da seca e da diminuição da oferta.
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Segundo Zago, Passa Sete deve produzir entre 10 e 15 toneladas, mas a seca não é o único fator para a menor produtividade. O corte de araucárias e a consequente redução na taxa de polinização das árvores também impactaram a baixa colheita do pinhão. “A araucária é uma planta que tem o macho e a fêmea.
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O pinhão é produzido na planta fêmea, mas ela precisa da polinização do macho. Por volta de agosto e setembro de cada ano, ocorre a fase da polinização. Se der um período chuvoso na polinização, não tem como o grão de pólen ser levado pelo vento. Outro fator que tem desencadeado isso é o corte”, explica.
Zago destaca que a legislação permite ao produtor familiar fazer o corte de alguns exemplares da planta para subsistência. Normalmente, ele acaba cortando a planta macho, o que diminui a fertilização da fêmea e causa a menor oferta de pinhas nas árvores.
Alto valor nutricional do pinhão
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), além de saboroso, o pinhão é um alimento muito calórico e rico em fibras. Seu consumo pode trazer uma série de benefícios, como prevenir doenças intestinais.
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O pinhão é composto por minerais como cobre, zinco, manganês, ferro, magnésio, cálcio, fósforo, enxofre e sódio. Destaque para o fornecimento de potássio, que auxilia no controle da pressão arterial. A semente ainda possui ácidos graxos como o ômega 6 e o ômega 9, que controlam o colesterol do sangue.
Ainda segundo a Embrapa, que pesquisa o pinhão em florestas de araucárias no Sul, ele apresenta diferentes resultados em sua concentração de minerais, a depender da forma como é consumido (cozido ou cru). O cozimento ajuda a concentrar alguns dos minerais, enquanto outros são perdidos durante o processo.
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