O setor do tabaco vai questionar os gastos do governo federal na saúde. O entendimento é de que os investimentos estão concentrados somente nas campanhas de combate ao fumo e que não há alertas relacionados ao uso excessivo de outros produtos. O tema será levado para discussão na Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco, no final de março.
Para tanto, o presidente da Câmara Setorial e prefeito de Venâncio Aires, Airton Artus, explica que a ideia é se valer de dados de pesquisas e de experiência na área da saúde. Na sua avaliação, o público não conhece, por exemplo, os riscos de consumir enlatados, embutidos e mercadorias com excesso de gordura e açúcar, além de produtos com agrotóxicos, para ficar em alguns exemplos.
Artus acredita que o governo federal deveria investir recursos em outras questões ligadas à saúde. Entende que a propagação do vírus zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, é fruto de irresponsabilidade do governo federal. “Daquilo que o cidadão não sabe, está desprotegido”, avaliou ontem, em Venâncio, durante entrevista coletiva sobre os trabalhos da Câmara Setorial do Tabaco.
Publicidade
Também acredita que poderiam ser investidos mais recursos no controle de superbactérias e oferecimento de especialidades, para ficar em alguns exemplos das necessidades da saúde pública no País. Enquanto isso, diz que o governo federal entende que os esforços estão concentrados somente no tabaco. “Precisamos nos preocupar com o desconhecido. O que não se pode controlar, o Estado deveria proteger”, analisou.
COP 7: discussão ainda é incógnita
Os representantes da cadeia produtiva também estão preocupados com a realização da 7ª Conferência das Partes (COP 7) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT). Até agora, não se sabe exatamente o que vai ser discutido. Uma das preocupações é que a conferência possa ser dividida em duas etapas, de 7 a 12 de novembro e de 14 a 16. Não está claro por que isso ocorreria. O consultor e ex-presidente da Câmara Setorial, Romeu Schneider, explica que a tendência é que a questão dos aditivos no cigarro volte a entrar na pauta da conferência, além da chegada de novos produtos, como o cigarro eletrônico (com venda e uso proibidos no Brasil).
Publicidade
A Câmara Setorial ainda pretende mobilizar a Assembleia Legislativa, a Câmara dos Deputados e o Senado durante a conferência. A ideia é que deputados e senadores estejam a par das informações. Em tese, as convenções-quadro deveriam tratar somente de questões ligadas à saúde, mas outros assuntos também entram em pauta. Há algum tempo, por exemplo, havia a suspeita de que pudessem estar ameaçados financiamentos nessa área, o que seria catastrófico para a região.
Publicidade
This website uses cookies.