Há poucos dias, leitor nos encaminhou uma fotografia da inauguração da primeira bomba de gasolina de Santa Cruz do Sul, em 1927. Ela ficava na esquina do Quiosque. A imagem foi captada pelo antigo fotógrafo Guilherme Kuhn.
A bomba pertencia à empresa Hennig & Mailaender, que se situava na esquina em frente (hoje Edifício Tipuanas). Antes dela, os proprietários de automóveis estocavam gasolina em galões, em casa. Com o tempo, outras foram instaladas, na frente do antigo armazém KellerNiedesberg (na Rua 7 de Setembro esquina com Venâncio Aires) e em frente ao armazém de Albino Haar (Carlos Trein Filho esquina com a Capitão Fernando Tatsch).
No mesmo dia em que recebi a foto histórica, por feliz coincidência, encontrei no arquivo da Gazeta do Sul de 26 de julho de 1972 o obituário de Antônio Moncini, que foi a primeira pessoa a atender os motoristas que iam abastecer na esquina do Quiosque. Ele é descrito como a figura mais popular da cidade na época.
Publicidade
Conhecido por Chapelin, era natural da Itália e deixou seu país, ainda jovem, para conhecer o mundo. Extrovertido e afável, tinha uma voz de tenor e cantava em teatros e circos. Chegou a Santa Cruz no início de 1927, como vendedor de balões de gás, e acabou ficando. Casouse com Julieta de Oliveira e faleceu aos 93 anos.
Ótimo cozinheiro, Moncini estava sempre reunido com os amigos, cozinhando, cantando e contando histórias. Gostava de frequentar o balneário na confluência dos rios Pardo e Jacuí, em Rio Pardo. Foi groupier e ficheiro nas mesas de roleta do antigo Café Carioca, que ficava na Rua Marechal Floriano (ao lado da Hoffmann-Spode).
O italiano foi amigo do escritor Viana Moog que, por dois anos, residiu em Santa Cruz, no antigo Hotel Hübner (onde hoje é o Banco do Brasil). Inclusive, teria sido imortalizado no romance Um rio que imita o Reno com vocábulos que costumava usar no dia a dia.
Publicidade
LEIA MAIS COLUNAS DE JOSÉ AUGUSTO BOROWSKY
This website uses cookies.