Nas últimas duas semanas o litro da gasolina comum ficou até R$ 0,29 mais caro nos postos de Santa Cruz do Sul. Da média de R$ 4,50 registrada no dia 21 de maio, data em que teve início a greve nacional dos caminhoneiros, o combustível disparou para até R$ 4,79 durante a semana passada. Na pesquisa feita pela Gazeta do Sul na tarde de sábado o valor mais baixo encontrado para o litro da gasolina comum foi de R$ 4,65. Já a aditivada, que antes custava em média R$ 4,61, agora não baixa de R$ 4,75 e chega a R$ 4,89 em alguns postos.

Embora não haja uma relação direta entre a paralisação dos rodoviários e a alta do combustível, o aumento coincide com a falta de etanol anidro nas distribuidoras, substância que é adicionada à gasolina pura e deixou de ser entregue durante os protestos. Empresário do setor, Roberto Ruschel conta que a falta de anidro tem obrigado as distribuidoras a limitar a quantidade de combustível comprada pelos postos.

“O anidro está chegando aos poucos, de trem, então os postos não conseguem comprar toda a demanda, que ainda está alta porque as pessoas não querem ficar sem gasolina de novo. Como a gasolina acaba vindo um pouco mais pura, o valor aumenta ”, comentou. A expectativa de Ruschel é que a situação seja normalizada durante esta semana. No entanto, ele não descarta que alguns postos fiquem sem estoque novamente.

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Além da falta de anidro, o preço da gasolina nas refinarias também voltou a subir nos últimos dias e pode trazer mais aumentos. No dia 19 de maio o combustível estava custando R$ 2,06 nas refinarias. Entre terça e sexta-feira da semana passada baixou para R$ 1,96 e no último sábado foi elevado novamente parar R$ 2,01. Além do preço cobrado pela refinaria, que corresponde a 33% do valor pago pelo consumidor nas bombas, o valor da gasolina é composto ainda por 28% de impostos estaduais (IMCS), 15% de impostos federais (Cide e Pis/Pasep e Cofins), 12% referentes ao valor do álcool anidro e 12% correspondentes a parcela de distribuidora e revenda.