Os postos de combustíveis de Santa Cruz do Sul já registram novos preços desde terça-feira, 26. O valor mais comum para a gasolina é de R$ 6,99 o litro. Para abastecer 14,2 litros, o cliente paga R$ 100,00. Em Bagé, um dos municípios de preço mais elevado no Estado, já chega a R$ 8,00. A Petrobras anunciou um novo reajuste no valor da gasolina para as distribuidoras na última segunda-feira. O custo médio de venda da gasolina A da Petrobras para as distribuidoras passou de R$ 2,98 para R$ 3,19 por litro.
Desde o início do ano, a estatal já promoveu pelo menos 13 reajustes no preço do diesel (com dez altas e três reduções) e 15 no valor da gasolina (11 altas e quatro reduções). No ano, a gasolina subiu 73,4% nas refinarias. Já o diesel acumula alta de 65,3% no mesmo período. A Petrobras divulgou que o volume de encomendas para novembro ficou acima da capacidade de produção. Com o barril de petróleo acima de US$ 80,00 (R$ 445,00), a tendência é de uma nova elevação no próximo mês. A alta do dólar e do petróleo deixa a gasolina nas refinarias daqui 20% defasada em relação ao exterior.
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Com o reajuste médio de R$ 0,28 por litro no diesel, o presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), Plínio Dias, ressaltou que o anúncio vai fortalecer a paralisação agendada para 1º de novembro por caminhoneiros autônomos em todo o Brasil. O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), Carlos Alberto Litti Dahmer, apontou que a política de paridade da Petrobras torna os preços impraticáveis.
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O presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes (Sulpetro), João Carlos Dal’Aqua, apontou que ainda há defasagem em relação ao preço internacional e uma carga de pedidos maior na Petrobras em relação a outros agentes. Para ele, três medidas poderiam ser tomadas para amenizar as altas frequentes: congelamento do preço de pauta do ICMS, redução do etanol na mistura da gasolina e a criação do fundo de equalização para períodos de grande oscilação.
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Dal’Aqua esclareceu que a Petrobras depende de biocombustíveis, segundo ele, com preços inflacionados pela estiagem que afetou a produção de cana-de-açúcar nas usinas. A estatal precisa adquirir 27% do etanol anidro para a composição da gasolina e 12% do biodiesel para o diesel. “Além do barril do petróleo encarecido por fatores como a demanda durante a pandemia, a Petrobras adquire biocombustíveis com um valor até três vezes maior do que o normal”, avaliou.
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Presidente do Conselho Regional de Economia, o economista Mário de Lima, em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9, explicou que a política de preços praticada pela Petrobras foi definida em 2016, durante o governo Michel Temer, com as variações de acordo com o mercado internacional. Em 2020, com a pandemia, a redução da demanda aumentou os estoques e a produção foi praticamente paralisada. Com a aceleração da vacinação, o consumo cresceu rápido em relação à normalização da produção. Outro fator é a falta de produtos para os biocombustíveis nacionais, já que o dólar em alta favorece a exportação. “Além dos fatores econômicos, temos os fatores políticos. A Petrobras enfrentou problemas após o escândalo de corrupção e a falta de confiança no Brasil afugentou investidores externos”, analisou.
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