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Happy hour

Garopaba, paixão antiga

Os meus três filhos foram acostumados, desde pequenos, a veranear em Garopaba. Foram raros os anos que mudamos de balneário, porém sempre preferimos as praias catarinenses, exceto as de mar aberto.

Nos velhos tempos, quando o jovem casal estava construindo sua vida familiar, o primeiro carro que comprei foi um DKW Vemag 67, que primeiro pertencia ao meu irmão falecido, Cláudio, que depois repassou para o cunhado Norberto Zimmer e este vendeu para o meu irmão Nilo e que mais tarde foi meu.

Já havia progredido. Eu tinha uma lambreta e um carro DKW mais a casa própria do BNH com 52 metros quadrados, que foi parcelada em longos 25 anos, em suaves prestações. O pré-requisito era possuir um terreno.

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Algum tempo depois, conseguimos comprar um Opala usado. Que progresso! Fizemos uma poupança durante o ano e resolvemos que iríamos viajar a Garopaba. Mandei recauchutar todos os pneus, recomendação dada por um parente, que me dissera que era mais barato e garantido.

Antes de pegar a estrada, fui ao posto Texaco (esquina da Rua Marechal Floriano e Senador Pinheiro Machado) e mandei encher o tanque, um acontecimento. Comum era sempre pedir para colocar R$ 20,00. A vantagem era que a gasolina nunca aumentava de preço.

Tanque cheio, pneus ótimos e calibrados, porta-malas carregado de muambas, caixa de cerveja Polar, lá fomos nós rumo a Santa Catarina. O sogro (que carregava uma TV no colo), a sogra e a Janaína no banco traseiro. A Lizete levava o Gustavo no colo (quando a gente passava pela polícia, era obrigado a sentar no assoalho).

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A viagem transcorria às mil maravilhas. Quando cheguei no trevo de Venâncio Aires, aconteceu o primeiro incidente. Um dos pneus soltou a parte recauchutada, o que me obrigou a comprar um novo, original. O mesmo incidente aconteceu em Canoas com os outros três pneus. Tive de comprar mais três pneus. Essa despesa imprevista me deixou numa situação delicada. Ainda tinha o dinheiro do aluguel e mais alguma reserva.

Finalmente chegamos a Garopaba, reduto de amor antigo dos porto-alegrenses, que praticamente refundaram essa antiga vila de pescadores, os quais sobreviviam da pesca artesanal, profissão que passou de pai para filho. Gostava de assistir aos diversos barcos que chegavam de manhã cedo. Compravam-se peixes na hora, fresquinhos.

Conheci a destemida Nega Madá, a mesma que já citei em outra crônica. Usava sempre um minúsculo fio dental, deixando à mostra seu corpo em forma de violão. Intermediava o aluguel das casas dos pescadores, que no verão desocupavam-nas para auferir um ganho extra para sua família. A Madá era craque na sua função. Pegava uma carona no carro do futuro inquilino e mostrava o imóvel na hora.

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A Madá é uma amiga querida da nossa família. Hoje abandonou o biquíni, mas não a sua simpatia e carisma! 

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