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O engenheiro agrônomo e assessor do SindiTabaco, Darci José da Silva, comemora a evolução da qualidade da água nas últimas décadas, recentemente reafirmada por análises e estudos científicos das universidades federais de Santa Maria (UFSM) e do Rio Grande do Sul (UFRGS) em microbacias da região. Segundo Silva, as práticas conservacionistas adotadas nas lavouras de tabaco ao longo do tempo, dentro de um conceito de sustentabilidade ambiental – desde o plantio direto e recolhimento de embalagens até o reflorestamento e recuperação das fontes – têm sido fundamentais para esta realidade. Constatou-se, por exemplo, que há mais sólidos em suspensão nos cursos d’água decorrentes da erosão nas estradas do que das propriedades rurais, o que é um referencial qualitativo para a agropecuária.
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Alguns países da Europa têm adotado critérios de avaliação e exigência de certificação da qualidade da água nas áreas de produção de alimentos e produtos industrializados para permitir acesso aos seus mercados. Silva acredita que essa exigência pode chegar ao tabaco num futuro bem próximo, mas graças ao alto nível dos segmentos de pesquisa e extensão das empresas, o perfil da produção do Sul do Brasil e um trabalho forte das entidades setoriais não será um problema.
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Para Darci José da Silva, este pode ser um diferencial em favor do Brasil diante dos concorrentes internacionais. “Estamos bem a frente”, avisa. Para ele, a maior exigência pela sustentabilidade é do próprio setor, do agricultor cada vez mais consciente, dos responsáveis técnicos das empresas que são treinados e transferem este conhecimento com maestria, das empresas que apoiam e têm projetos neste sentido e das próprias entidades da cadeia produtiva que trabalham muito a educação ambiental e o manejo sustentável não só do tabaco, mas do conjunto da propriedade.
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Cobertor curto
Apesar da expectativa de um aumento de área plantada de até 2%, para 35,5 milhões de hectares, o Brasil deve ter uma safra de verão até 6,2% menor na temporada, em 223,3 milhões de toneladas. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o ciclo 2017/18 não repetirá as condições muito favoráveis que levaram à colheita anterior aos 238 milhões de toneladas de grãos e fibras. Soja e milho, carros-chefes da agricultura brasileira devem somar 89% de toda a produção.
No Rio Grande do Sul, expectativa é de redução em todas as principais culturas, com a produção caindo até 8,6% para o máximo de 33,8 milhões de toneladas. A Conab espera uma diminuição de 38,4% na colheita tritícola gaúcha em 2017 e, nos grãos de verão, a maior queda deve ocorrer na soja, com 9,4%, alcançando 4,8 milhões de toneladas. A superfície semeada com milho também deve cair – até 16,4% – para um teto de 743,7 mil hectares. A soja não deve ultrapassar 17,68 milhões de toneladas. O arroz deve cair entre 3,7% e 6,1%. O volume máximo a ser colhido é de 8,4 milhões de toneladas, mas o atraso e o clima desfavorável não ajudam muito a confirmar.
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