Escrevo sem saber o resultado das eleições municipais. Sei quanto é tenso o ambiente na Redação do jornal em dia de votação, apuração dos votos, proclamação dos resultados e as inevitáveis repercussões. Tudo condensado em um único dia, do início ao fim do processo eleitoral. Estou me adiantando para não complicar ainda mais a vida de quem precisa fechar uma edição muito aguardada pelos leitores nesta segunda-feira.
E sem saber o veredito dos eleitores através das urnas, permito-me fazer algumas considerações com base na experiência de quem participou e vivenciou muito de perto mais de duas dezenas de eleições. Das tensões e pressões que antecedem o pleito, à repercussão dos resultados das urnas. É sempre assim: alegria e consagração dos vencedores, frustração, talvez mágoa, dos que perderam.
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Não vai se falar de outra coisa nesta segunda-feira. No lado dos eleitos se multiplicam os “pais da façanha”, os que se habilitam a dividir e compartilhar o mérito da vitória. No outro lado, tudo se obscurece sob a decepção do resultado. Por que deu errado? – por certo, é a pergunta que mais vai ecoar nas salas, nos corredores, nas ruas.
Deixemos de lado os protagonistas – aqueles que disputaram as eleições, hoje vencedores ou derrotados – e vamos nos ater a nós, que ainda não sabemos, de fato, se ganhamos ou se perdemos. Sinceramente, respeito a coragem de quem se habilita ao ringue de um pleito para o Executivo municipal. Porque, invariavelmente, depois de alguns ensaios sobre propostas de governo que, quase sempre, são questionados técnica ou financeiramente, prevalece a estratégia da desconstrução do adversário.
Quem perdeu, e até quem ganhou, uns mais que outros, hoje está com sua imagem arranhada, a biografia rasurada, por uma disputa que nem sempre considera e reconhece mérito, mas que é pródiga em implodir histórias de vida. Nas últimas semanas, ouvimos versões completamente distintas sobre a realidade do município. Não somos, ainda, o lugar dos sonhos para se viver, mas, é preciso que se diga, estamos muito à frente da maioria das cidades do nosso País em todos os parâmetros.
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E não chegamos a esse patamar por acaso. E nem por mérito de apenas um governante ou um grupo político. Somos – nossa cidade, nosso município, nossa gente – reflexo do protagonismo, do empenho de pessoas determinadas que se sucederam na administração, que acertaram e erraram, com diferentes visões e propostas e que, ao final, resultou neste magnífico lugar onde moramos e fixamos raízes.
Se puder aconselhar, diria, a quem venceu, que honre a confiança da população e retribua com trabalho, entregando o seu melhor, para que sejamos um município cada vez mais promissor e próspero, que acolhe e procura atender às demandas de sua gente. Aos que perderam, que não abram mão e muito menos desmereçam seu ideário, seu legado, construído com esforço, coragem e abnegação.
Quanto a nós, os eleitores, que exercemos nossa autonomia política e nossa consciência cidadã, saberemos ao longo dos próximos quatro anos se as escolhas da maioria foram acertadas. Que o aval dado nas urnas renda, de fato, dividendos a todos os cidadãos!
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