Com provadores fechados, os lojistas e clientes de Santa Cruz do Sul precisam fazer malabarismos na hora de vender ou comprar alguma peça de roupa. O cuidado, no entanto, é obrigatório e faz parte das medidas de contenção do contágio pelo novo coronavírus no município. Com 113 casos confirmados, até o último boletim de atualização, nessa segunda-feira, 15, Santa Cruz do Sul integra, neste momento, o grupo de cidades em bandeira amarela pelo sistema de distanciamento controlado do Governo do Estado.
Mas essa realidade, de prova de roupa proibida no município, pode mudar em breve. Isso porque o assunto é de constante discussão do Gabinete de Emergências, criado pela Prefeitura de Santa Cruz do Sul e integrado por representantes de várias áreas da cidade. Algumas das novas flexibilizações foram comentadas pela procuradora do município e integrante do Gabinete, Tricia Schaidhauer, em entrevista à Rádio Gazeta nesta terça-feira, 16 (ouça na íntegra abaixo).
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Conforme Tricia, o retorno à bandeira amarela (depois de uma semana na classificação laranja) foi recebido com alegria pela Administração Municipal e pelo Gabinete. “Foi um certo alívio e também uma compreensão de que estamos atendendo aos anseios da legislação do decreto e das condições do nosso município”, comentou. A bandeira permite mais liberações (como aumento do número de funcionários em operação) e, neste âmbito, as novas flexibilizações são discutidas.
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“O que se discute hoje no Gabinete de Emergências, que já está pautado, é a questão da portaria do Estado que permitiu, sob algumas condições, a liberação dos provadores nas lojas. Nós temos também algumas questões quanto à abertura de piscinas, esportes amadores, como futebol de escolinhas, a questão de cursos livres, já que se está discutindo o retorno gradual das atividades presenciais, atendimento de mais pacientes por fisioterapeutas, volta das feiras de artesanato. Tudo isso está sendo discutido”, destacou a procuradora.
O primeiro item é o mais solicitado pelos lojistas, que sentem dificuldade na venda sem poder oferecer o provador aos clientes. A questão, conforme Tricia, é técnica: “Desde o início da portaria, há uma discussão técnica no Gabinete de Emergência, levando em conta que os provadores são um ambiente de alto risco para contágio”, disse.
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“Tanto que o Governo do Estado trouxe uma portaria que determina que não podem ser experimentadas roupas que entrem em contato com o rosto, como blusas, e também que as roupas sejam higienizadas após serem experimentadas pela pessoa, ou que elas fiquem afastadas por 48 horas até que outra pessoa as experimente, que o próprio provador seja constantemente higienizado. Então, o medo de que a execução deste protocolo não seja tão prática e fácil para os próprios lojistas fez com que o Gabinete aguardasse um pouco mais para discutir essa questão.”
Ela ressaltou que o grupo entende a importância do serviço para os lojistas, mas disse que precisam pensar em diminuir os focos de alto risco de contágio. “A [principal] preocupação é manter a atividade funcionando”, explicou. “É importante dizer que todas essas pautas permanecem em constante discussão. No momento em que se vai sentindo segurança, novas atividades são incluídas [nas liberações].”
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Dados dos clientes
Outra questão levantada pelos lojistas do município diz respeito à regra de registro de todos os clientes que ingressam nos estabelecimentos. Os dados, segundo Tricia, são importantes para orientações quando uma pessoa tem a confirmação do novo coronavírus.
“Quando alguém é diagnosticado com a Covid-19 e chega ao conhecimento da epidemiologia, a nossa equipe faz todo um trabalho de histórico de onde aquela pessoa esteve, com quem esteve, quais os locais, para então orientar as pessoas que estiveram próximas [ao infectado] de como devem agir e não dar continuidade a esse contágio”, explicou.
Nessa situação, os dados são solicitados aos estabelecimentos citados pelo paciente que teve o teste positivo. Aí, os servidores entram em contato com quem esteve nos mesmos locais para orientar a realização de testes para o novo coronavírus ou isolamento.
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Questionada sobre o motivo de os supermercados não precisarem fazer a lista diária, mesmo que recebam mais fluxo de pessoas, Tricia lembrou que os serviços essenciais nunca foram fechados. “O comércio chegou a ser fechado e, para que se sentisse segurança nesta área, se exigiu esse cadastro. Nada impede de se estender para os supermercados e também nada impede de não haver mais necessidade, no futuro.”
Ouça a entrevista na íntegra:
Centro para Educação Municipal
Dentro de novas mudanças nas medidas de contenção da Covid-19, foi criado um Centro de Operação de Emergência em Saúde para a Educação Municipal (COE). O grupo faz parte das condições para o retorno gradual das aulas presenciais, além de uma série de procedimentos que deverão ser atendidos. O grupo, em Santa Cruz, já teve a primeira reunião, conforme a procuradora do município e integrante do grupo, Tricia Schaidhauer. As medidas de prevenção foram republicadas em portaria do Governo do Estado, no dia 8 de junho, que dispõe ainda sobre monitoramento e controle do novo coronavírus, e devem ser adotadas por todas as instituições de ensino público e privado.
Para retornar às atividades presenciais, as instituições de ensino que estão permitidas pelo governo estadual, através do modelo de distanciamento controlado, deverão apresentar um Plano de Contingência para Prevenção, Monitoramento e Controle da Covid-19, em conformidade com as normas estabelecidas em Portaria Conjunta das secretarias estaduais de Saúde e Educação. O plano deverá ser encaminhado ao Centro de Operação de Emergência em Saúde para a Educação Municipal (COE). Em Santa Cruz, o e-mail para envio é o [email protected].
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Quem são os integrantes do COE:
Secretária Municipal de Educação – Juliana Bach
Coordenador de Departamento de Administração – Guilherme Della Giustina Rodrigues
Coordenador da 6° CRE – Luiz Ricardo Pinho de Moura
Coordenadora da 13º Coordenadoria de Saúde – Mariluci Reis
Gabinete de Emergências – Dr. Marcelo Carneiro
Secretário Municipal de Saúde – Giovani Vilson Alles
Coordenadora de Vigilância e Ações em Saúde – Lizete Plotzki Pires
Procuradora do Município – Tricia Schaidhauer
Presidente da OAB Subseção Santa Cruz do Sul – Rosemari Hofmeister
Reitora da Universidade de Santa Cruz do Sul – Carmen Lúcia de Lima Helfer
Coordenador do Curso de Direito da Faculdade Dom Alberto – Diogo Durigon
Promotora de Justiça – Nádia Baron Ricachenevsky
Promotora de Justiça – Vanessa Saldanha de Vargas
Delegado Regional do Sinepe/RS para o Vale do Rio Pardo e Jacuí – Nestor Raschen
Presidente do Conselho Municipal de Educação – Maria Cristina Sandim Conrad.
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Colaborou o jornalista Ronaldo Falkenback e informações da Assessoria da Prefeitura de Santa Cruz.