Após o sorteio das famílias contempladas nos loteamentos Santa Maria e Mãe de Deus, procedimento que definiu o endereço de cada morador, agora a Prefeitura de Santa Cruz do Sul e a Unisc finalizam os trabalhos de transição para as novas residências. Desde abril desde ano estão sendo realizadas as vistorias em cada uma das casas que serão entregues nos dois residenciais. Esse é o último passo antes da assinatura dos contratos. São 163 moradias no Santa Maria e 284 no Mãe de Deus, totalizando 447 residências. Outras 116 já foram entregues no ano passado.
As visitas ocorrem mediante agendamento, com participação do morador responsável e de representantes da Empresa ALM Engenharia, Prefeitura e Unisc, essa última responsável pelo trabalho social. Durante a vistoria, que leva em torno de 20 minutos, verifica-se se a construção está em condições de ser habitada. São verificados o funcionamento de portas e janelas, saídas de água, pintura, fechaduras, piso e assoalho, tomadas, disjuntores, entre outros itens.
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Futura moradora da Rua Projetada 10, nº 5, no Loteamento Mãe de Deus, a destaladeira de fumo Raquel Stein, não vê a hora de habitar a casa novinha em folha. Vivendo há 12 anos no Bairro Faxinal, em uma precária construção de madeira, situada dentro de uma área verde, ela sente a cada dia aumentar a expectativa pela hora da mudança. Depois de fazer a vistoria e encontrar tudo em perfeita ordem, ela se desfez em elogios. “Amei, não posso falar nada, só agradeço a cada um que me ajudou e espero poder fazer logo a minha mudança”, comemorou.
O quanto antes, Raquel torce para poder ingressar no novo lar, junto com o marido e seus três filhos pequenos, o mais velho com 7 anos, o do meio com 2 anos e o caçula com um ano e meio de idade. Além da família, Raquel também pretende levar junto um cachorro e três cavalos, utilizados como meio de sustento pelo marido.
Assim como ela, muitas outras famílias, além de móveis e utensílios domésticos, levarão consigo seus animais de estimação. Essa transição requer todo um trabalho detalhado que envolve o Canil Municipal e a Unisc e conta com a colaboração de voluntários das ONGs de proteção à causa animal. Essa população é de aproximadamente 770 animais, entre cães, gatos e cavalos. Galináceos e porcos não serão levados para os loteamentos, uma vez que por lei não é permitida a sua criação em meio urbano.
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O trabalho já está sendo realizado junto às famílias que irão morar no Santa Maria. No caso do Mãe de Deus será feito somente após a ocupação das casas. A ação é coordenada pelo veterinário do Canil Municipal Tiago Marques e consiste principalmente na microchipagem de todos os animais que serão transportados. “Dessa forma estamos prevenindo novos abandonos”, disse ele.
De porta em porta nas localidades de origem das famílias contempladas, a equipe vai fazendo também o cadastramento de cada animal para atendimento gratuito no Hospital Veterinário e o agendamento das castrações para controle populacional. Como todas são famílias de baixa renda e não podem arcar com os custos dos procedimentos, elas têm direito ao atendimento gratuito.
Esse é o caso da dona de casa Lisiane Carolina dos Santos, 26 anos, que mora de favor com a mãe no Residencial Viver Bem, no Santa Vitória. Ela ganhou uma casa e já está de malas prontas para entrar no Santa Maria. Junto com o marido e o filho de 7 anos, ela vai levar junto duas cadelas, sendo que uma acabou de parir oito filhotes. “Agora tenho que arrumar para quem doar, mas se eu pudesse ficava com todos. Depois quero castrar as duas”, contou.
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Nos últimos dias, voluntários da ONG Cavalo de Lata estão concentrando esforços na Rua das Carrocinhas. Eles ajudam a equipe responsável pelo trabalho social a conversar com as famílias para facilitar o acesso delas e dos animais aos novos loteamentos. Os voluntários levam ração para os cavalos, gatos e cães e também remédio para eliminar vermes e pulgas dos que estão sendo cadastrados e microchipados.
Concomitante a isso, conforme explicou o secretário municipal de Habitação, Desenvolvimento Social e Esporte, Valdir Bruxel, acontece todo um trabalho de mobilização e organização comunitária, feito em parceria com a Unisc. “A partir do levantamento do perfil socioeconômico das famílias, junto com as demais secretarias, estamos tratando de questões que vão muito além da moradia. Temos que providenciar as transferências escolares para as crianças e adolescentes e o referenciamento dessas pessoas para as unidades de saúde mais próximas, a fim de assegurar que essa população tenha suas necessidades básicas atendidas com uma prestação de serviços públicos de qualidade”, disse.
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