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DIRETO DA REDAÇÃO

Futuro plantado, futuro preservado

Santa Cruz do Sul vivencia agenda intensa nestes dias em que se iniciam as comemorações alusivas aos 144 anos de emancipação do município, que transcorrem na quarta-feira, 28 de setembro. Neste final de semana, pilotos, equipes e público associados à Stock Car Pro Series, à Stock Series e à Copa HB20 abrilhantam ainda mais o cenário.

A ele aliam-se a 15ª Rústica Estadual e a 4ª Meia Maratona, realização de Fundação Gazeta Jornalista Francisco José Frantz, Gazeta Grupo de Comunicações e Município de Santa Cruz do Sul. Essas atividades antecipam o clima festivo que já sinaliza para a 37ª Oktoberfest, em outubro. A esse clima nos unimos com a matéria especial da série A Vida no Bairro, que, nesta edição, contempla o Centro, onde Santa Cruz, literalmente, começou.

A semana havia sido igualmente marcada por celebrações e simbologias. Na terça-feira, milhares de pessoas foram às ruas para celebrar durante os festejos farroupilhas. No mesmo dia, houve operação de manutenção do Túnel Verde da Rua Marechal Floriano, oportunidade em que mais uma tipuana foi suprimida do conjunto. Justamente às vésperas do Dia da Árvore, a quarta-feira, 21. Menos mal que nessa data uma nova muda de tipuana foi plantada, dentro da proposta de ampliação do Túnel Verde. Entre a supressão e o plantio, segue a vida.

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Mas a verdade é que muito mais árvores têm sido suprimidas do que plantadas na realidade atual. Do mesmo Túnel Verde, no dia 6 de agosto uma tipuana fora cortada na Marechal Floriano, próximo à esquina com a Ramiro Barcelos. Pouco mais de um mês depois, outra foi retirada. Qual (e quando) será a próxima? Ao ritmo de uma por mês, em questão de poucos anos o que era um túnel corre risco de se transformar em nichos isolados, com amplas clareiras.

Até porque as tipuanas (e outras espécies) novas, que agora são plantadas, já nem serão vistas em seu porte adulto pelas gerações hoje com 40 anos ou mais. O ritmo de derrubada tem sido muito maior, na cidade ou no meio rural, do que o de plantio e desenvolvimento de uma árvore, uma floresta ou um bosque. E ações ostensivas de supressão não são poucas, em região que tanto se ufana de seu verde e o celebra como diferencial de qualidade de vida. Veja-se o caso da RGE, que tem feito derrubadas constantes.

Há duas semanas, na Travessa Kipper, equipes a serviço da empresa promoveram amplo corte raso em vegetação em propriedade particular, e sequer uma araucária, espécie protegida, foi poupada. Em Herveiras, nem uma área de preservação que protegia uma vertente escapou à ação de equipe da companhia. Nenhum argumento funciona contra a vontade de derrubar.

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Assim, não surpreende quando a sociedade como um todo não leva a sério a proteção ambiental. Com parâmetros como o desses cortes constantes, as mudas plantadas hoje, até mesmo as que celebram o Dia da Árvore, mais adiante vão estar com os dias contados. Plantar já não basta; também é preciso preservar, proteger, manter, zelar.

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