O esporte, mesmo que ainda não tão difundido no Brasil, vem ganhando espaço entre atletas de diversos cantos do país. No Rio Grande do Sul, não é diferente. Conforme dados da Federação Gaúcha de Futebol Americano (FGFA), atualmente 19 equipes estão ativas. Destas, 13 irão participar do Campeonato Gaúcho de Futebol Americano 2022 (Gauchão), que iniciará no mês de março. Também vale destacar que a FGFA possui jogadores ativos representando mais de 50 cidades do Rio Grande do Sul.
Adentrando em uma temática regional, no Centro Serra, a paixão pelo esporte se faz evidente no sobradinhense Laércio Junior Prestes, de 32 anos, e no ibaramense, João Henrique Lazzaroto, de 28 anos. Os atletas foram aprovados em uma seletiva realizada no início deste ano pela equipe do Bulldogs Futebol Americano, de Santa Cruz do Sul. O instrutor de academia e personal trainer, Laércio, que atua como defensor (Linebacker-LB) da equipe, conta como começou a se interessar pelo esporte. “Acompanho o futebol americano há muito tempo. Sempre gostei do esporte por ser algo diferente do habitual. Gosto pois ali é raça, força e agilidade, tudo em um só atleta, pois para jogar futebol americano, o atleta deve ser completo nestes quesitos”, destaca.
Também jogando pela defesa da equipe (Cornerback-CB), o barbeiro ibaramense, João, relata como descobriu o interesse pelo esporte. “Comecei a acompanhar há uns cinco ou seis anos. Meus amigos assistiam aos jogos. Aí comecei a jogar também. No começo foi mais por diversão, para fazer um negócio diferente, pois tinha pouca gente. Aí fui gostando e esse ano apareceu a oportunidade de fazer essa seletiva no Bulldogs, de Santa Cruz do Sul”, conta.
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O esporte no Brasil ainda não é tão popular como o futebol jogado com os pés, mas vem ganhando adeptos por possuir um forte princípio de trabalho em equipe e cooperação. “O futebol americano se torna atraente por possuir o coleguismo, o coletivo, o time ser unido e todos abraçando a mesma causa. É um por todos e todos por um. O individualismo nesse esporte não dá certo. Deve ter o companheirismo e a união de equipe, onde todos vão junto para cima, defendem e atacam juntos”, destaca Laércio.
Para João, o esporte precisa ser mais divulgado na região Centro Serra. “A gente quer atrair novos participantes para o esporte no geral. Por exemplo, eu sempre gostei de competir, desse espírito de ter uma equipe ou grupo. E no futebol americano isso é bem forte. Então é um negócio que, com certeza, quanto mais pessoas pudermos agregar, melhor. Se conseguirmos levar mais alguém aqui da região para jogar lá, será uma grande experiência também”, conclui João.
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Laércio também acrescenta que quer tentar trazer a cultura desse esporte para a região. “Como entrei agora para a equipe, eu quero trazer o esporte aqui para cima. Difundir ele aqui, expandir e mostrar um pouco do meu conhecimento, de como é praticado e como são utilizados os equipamentos. É algo muito legal, que quando tu vê jogando, tu vai querer estar junto ali na partida”, finaliza o defensor.
Em âmbito estadual, conforme ressalta o presidente da Federação Gaúcha de Futebol Americano, Ismael Hannecker, sobre o cenário gaúcho, o esporte estava em uma ascendente antes da pandemia. “Ficamos dois anos sem competições e estamos retomando neste ano, buscando fazer isso da forma mais responsável e segura possível. O futebol americano é um esporte que cresce a cada ano. Aqui no Estado isso se reflete muito, principalmente na procura por equipes e por novos jogadores. Esse esporte acaba dando oportunidades para várias pessoas, pois cada jogador, em cada posição, tem um perfil diferente. Isso é uma coisa que a gente sempre destaca no futebol americano”, enfatiza.
História do Futebol Americano
O futebol praticado no Brasil, conhecido como soccer, não é um esporte muito popular nos Estados Unidos. O futebol de lá é outro, o qual conhecemos por futebol americano. Inicialmente, pode-se afirmar que o futebol americano é uma variação do rugby. Há relatos de que o esporte surgiu durante uma partida entre a Universidade de Harvard e a Universidade de Yale, em meados do século XIX. O problema é que os times jogavam de formas diferentes, enquanto um jogava com regras do rugby, o outro jogava com um estilo próximo ao futebol europeu. Pretendendo um acordo, Yale assimilou as regras do rugby e Harvard, o modo de correr com a bola. A primeira organização desse esporte foi a Intercollegiate Football Association, composta pelas Universidades de Harvard, Yale, Columbia e Princeton. Essa instituição optou por adotar as regras do rugby, mas com diferenciação na contagem de pontos.
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Curiosidade
Uma curiosidade histórica sobre esse esporte é o fato de que, no final do século XIX, havia alguns tipos de formações entrecruzadas em campo que chegaram a provocar mortes. Dizem que em 1905, ocorreram 18 mortes em partidas. Foi apenas em 1910 que esse tipo de formação foi realmente proibido.
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