Furiosa – Uma Saga Mad Max finalmente está nos cinemas, após quase uma década de espera. O quinto filme da franquia criada pelo cineasta George Miller (que possui em seu currículo Happy Feet e Baby – O Porquinho Atrapalhado) tem a árdua missão de superar as expectativas alimentadas neste período. Isso porque a obra chega à telona nove anos após Mad Max: Estrada da Fúria (2015), aclamado por sua ação frenética, com momentos insanos e personagens peculiares.
É também a primeira sequência sem Max Rockatansky (interpretado inicialmente por Mel Gibson e mais tarde por Tom Hardy). A ausência do policial vingativo e seu icônico veículo, o Ford V8 Interceptor, fez com que os fãs questionassem se é realmente um filme Mad Max.
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No entanto, eles podem ficar tranquilos. Embora seja um filme sobre a coadjuvante do longa-metragem anterior, todos os elementos referenciados na saga estão presentes. A começar pela jornada de Furiosa, cercada por morte e em busca por vingança, similar a Max. Acompanhamos a protagonista desde a infância, quando é raptada da sua terra natal, o Vale Verde, até se tornar a Imperatriz da Cidadela, comandada pelo temível Immortan Joe.
Desta vez, no entanto, outras duas atrizes dão vida à personagem: Alyla Browne, quando criança, e Anya Taylor-Joy, no início da fase adulta. A atuação da dupla é um dos grandes destaques, aprofundando a mitologia da personagem.
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O desenvolvimento da Terra Devastada (Wasteland) sempre foi um dos destaques de Mad Max. Desde 1979, Miller soube aproveitar os confins da Austrália para criar momentos lendários em seu futuro distópico. Desde que Max entrou na sua viatura de perseguição pela primeira vez, o cinema nunca mais foi o mesmo. Ao longo da franquia, Miller desenvolveu um narrador onisciente para transformar o Guerreiro das Estradas em uma lenda do fim do mundo. Em Furiosa, não é diferente. A narração intensifica a jornada da Imperatriz e tem o poder de contá-la como bem entende. Fica o questionamento: as façanhas de Furiosa são verídicas ou o narrador mudou para engrandecê-la? Nunca saberemos.
Apesar de manter a essência da saga Mad Max, a comparação com os antecessores torna-se a sua maior fraqueza. A franquia é cultuada há mais de quatro décadas por suas cenas de ação audaciosas, filmadas longe dos estúdios e com o uso moderado de efeitos digitalizados. Contudo, em Furiosa, o uso de imagens digitais é notável, atrapalhando a imersão em certos momentos. Além disso, o filme gerou polêmica por aplicar inteligência artificial e fundir o rosto de Alyla com o de Anya.
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O retorno ao mundo apresentado em Estrada da Fúria também pode ser uma experiência frustrante. Ver a Cidadela novamente, assim como o tirano Immortan Joe e seus Garotos de Guerra, é nostalgia pura. Ao optar por esse caminho, a obra corre o risco de ser comparada com o anterior. Enquanto o quarto filme possuía um ritmo frenético, o novo ocupa mais tempo desenvolvendo as personagens.
Entretanto, mesmo com o uso de efeitos digitais e uma narrativa mais contida, a ação se faz presente e se sobressai. Por se tratar de Mad Max, as cenas de perseguições automobilísticas são o destaque, atropelando sem dó episódios de outras franquias populares recentes do gênero – como Velozes e Furiosos e Transformers, por exemplo.
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Furiosa é a prova de que a Terra Devastada pode ser explorada sem necessitar da presença do Guerreiro da Estrada. Mais uma vez, George Miller nos proporciona entretenimento puro, o que torna a ida ao cinema uma experiência única.
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