A crise na área da saúde, que assola o Estado, municípios e hospitais filantrópicos chegou definitivamente até Arroio do Tigre. A insatisfação com o atraso nos salários e outras pendências fez com que funcionários do Hospital Santa Rosa de Lima, um dos principais da região, aprovassem a paralisação das atividades por um dia. O protesto dos trabalhadores ocorrerá na próxima segunda-feira, 21, e vai se estender durante todo o dia.

Uma assembleia geral foi realizada na tarde da última quarta-feira, 16, na sede do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Arroio do Tigre, onde ocorreu a aprovação por aclamação da paralisação. Cerca de 40 trabalhadores participaram da reunião. O presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Santa Cruz do Sul (Sindisaúde) – que atende a categoria na região –, José Carlos Haas conduziu a assembleia.

De acordo com Haas, estão atrasados os vencimentos referentes ao mês de dezembro e também o 13º salário dos cerca de 70 funcionários da casa de saúde, causando preocupação da categoria. “É uma situação bem complicada. Os trabalhadores estão ficando nervosos, esgotados com isso. E as contas vão atrasando. Por isso, optaram pelo protesto, como uma forma também de chamar a atenção da população”, justificou.

Haas estará acompanhando o protesto na segunda-feira, juntamente com outros integrantes da diretoria do sindicato. Segundo ele, conforme prevê a lei da greve, uma parte dos trabalhadores seguirá trabalhando normalmente, principalmente pela saúde se tratar de um serviço essencial para a comunidade. “Urgências e emergências continuarão sendo atendidas”, garante. A paralisação inicia na primeira hora da manhã e deve se estender até o fim do dia.

Situação delicada

Não é de hoje que a situação financeira do Hospital Santa Rosa de Lima é delicada. Os salários são pagos com atraso desde 2017. A própria administradora, Madalena Pasa, admitiu em entrevista recente que não há como pagar o 13º salário dos servidores sem o ingresso de receitas referentes aos repasses da Saúde Mental, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Sistema Único de Saúde (SUS). O Estado deve, aproximadamente, R$ 300 mil para a casa de saúde de Arroio do Tigre.